Colisões de Galáxias Geram Energia para Quasares

Usando o Very Large Telescope (VLT) no Chile e o Gran Telescopio Canarias (GTC) em La Palma, uma equipe de astrônomos encontrou evidências de um quasar de alta luminosidade que é energizado pela colisão de duas galáxias.

Os quasares são os objetos mais luminosos conhecidos no universo, e residem no centro das chamadas galáxias ativas. Emitindo grande quantidade de energia a partir de suas regiões centrais, acredita-se que essas galáxias possuam também buracos negros supermassivos. A gravidade extremamente forte do buraco negro carrega material para o disco de acresção, deixando-o muito quente e emitindo a energia responsável pelo brilho do quasar. Ao redor desse motor central existe um espesso toros no qual a luz visível emitida pelo disco de acresção não pode ser vista. Contudo, do ponto de vista terrestre, se esse toros estivesse voltado para nós poderíamos ver a radiação, mas se estivermos observando esse toros por uma vista inclinada, essa radiação é obscurecida.

Os astrônomos chamam esses exemplos de objetos que estão de frente para a Terra de quasares do tipo 1 e aqueles que se apresentam de lado de tipo 2. “Os quasares do tipo 2 são ainda uma família desconhecida de galáxias, que ao longo do tempo têm sido investigados mais do ponto de vista estatístico”, explica o líder da equipe, Montserrat Villar-Martin. “O objetivo do nosso trabalho é estudar as características individuais desse tipo de quasar em detalhe. Nos nossos estudos já encontramos algumas surpresas. Por exemplo, observamos uma nebulosa gigantesca de gás ionizado associado com o quasar SDSS J0123+00, e sinais de uma interação com uma galáxia próxima”.

Mesmo que os quasares do tipo 2 sejam mais difíceis de serem identificados, a pouca radiação central emitida pelo toros de energia permite que o ambiente ao redor do quasar seja estudado em detalhe, sem a interferência dessa radiação. No caso do SDSS J0123+00, a descoberta de uma nebulosa apagada de gás ionizado ao redor da galáxia, que cobre uma área seis vezes maior que a nossa galáxia, a Via Láctea, e a localização de um buraco na ponte que o liga a uma galáxia vizinha, fortalece a idéia de que as atividades que acontecem nas galáxias são parcialmente responsáveis pela troca de material entre as galáxias ativas. A acumulação de gás na ponte de interação poderia fornecer material suficiente para alimentar o buraco negro enquanto talvez fosse responsável também por disparar a formação de novas estrelas.

O estudo é o primeiro baseado nas imagens derivadas com o filtro ajustável do Optical System for Imaging and Low Resolution Integrated Spectroscopy (OSIRIS) acoplado ao GTC, e os resultados serão publicados na revista técnica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

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