Este é mais um dos vídeos da série "Tributo a Carl Sagan" produzido por Callum Sutherland. Este vídeo conta um pouco da história da luta de Galileu para fazer vingar o modelo heliocentrista de Copérnico, o qual se contrapôs ao modelo geocentrista da Igreja. Termina com considerações existenciais mais amplas.
"Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo é uma alegria para mim compartilhar uma época e um planeta com você." - Carl Sagan
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David Scott e Galileu
O astronauta David Scott em missão na Apollo 15 demonstra em experiência na atmosfera da Lua a descoberta de Galileu sobre a queda dos corpos.
Conheça cientistas que foram vítimas de suas invenções
do Terra
Os cientistas constroem conhecimento, descobrem nossas origens, novos planetas, novos materiais, inventam ferramentas capazes de facilitar a nossa vida e revolucionar o mundo, mas volta e meia são vítimas de toda essa genialidade.
Por imprudência, falta de conhecimento mais profundo ou acidente, inúmeros cientistas sucumbiram às suas invenções. Entre as vítimas documentadas na história, talvez a mais famosa seja o "pai da física moderna", Galileu Galilei.
Em 1609, Galilei aperfeiçoou o telescópio e construiu um capaz de aumentar em 30 vezes o tamanho de um objeto para realizar as suas observações astronômicas. O trabalho de Galileu no refinamento do instrumento foi muito importante para as gerações seguintes, mas também acabou com a sua visão. De acordo com historiadores, as observações do Sol através do telescópio foram a causa mais provável da cegueira quase total com a qual Galileu Galilei teve que conviver nos últimos quatro anos de sua vida.
Outro caso interessante foi da cientista Marie Curie. Marie era casada com o também cientista Pierre Curie e juntos eles realizavam pesquisas sobre elementos químicos radioativos. Em 1898, eles descobriram o elemento Rádio.
Marie Curie passou quase toda sua vida realizando pesquisas sobre radiação. Foi a primeira pessoa a ganhar por duas vezes o Prêmio Nobel de Física, em 1903, por suas descobertas no campo da radioatividade e ganhou também o Nobel de Química, em 1911, pela descoberta dos elementos químicos Rádio e Polônio.
Marie morreu no dia 4 de julho de 1934 de leucemia devido à sua alta exposição às radiações durante o seu trabalho.
Mais uma vítima famosa foi o químico Robert Bunsen. Bunsen é conhecido por ter dado seu nome ao Bico de Bunsen, que é utilizado até hoje nos laboratórios de química. O queimador, na verdade, foi inventado pelo britânico Michael Faraday, mas foi Bunsen quem o aperfeiçoou.
Bunsen iniciou a sua carreira científica em química orgânica e quase morreu duas vezes de envenenamento por arsênico durante experiências. Como se não fosse suficiente, ainda perdeu a visão em um olho, depois de uma explosão de cacodilo de cianeto.
Outra história curiosa é a do médico e cientista Alexander Bogdanov. Em 1924, Bogdanov iniciou experiências com transfusão de sangue que realizava em seu próprio corpo. Ele declarou que, com as experiências, havia diminuído sua calvície e melhorado a sua visão.
Mas como os conhecimentos de biologia e sobre as próprias transfusões ainda era limitado, Bogdanov não teve um rigor necessário para lidar com este tipo de experimento. Ele não examinava e nem levava em consideração a saúde do doador. Em 1928, o médico realizou nele mesmo uma transfusão de sangue infectado com malária e tuberculose, que o levou à morte pouco tempo depois.
1 Minuto de Astronomia
O Fim do Sol
Via Láctea
Anos Luz
Porque é a Astronomia Importante?
Buracos Negros
Eclipses
O Legado de Galileu
Big Bang
Cometas
Matéria Negra
Planetas Extrasolares
Telescópios
Anéis de Saturno
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Pedaços de Galileu são expostos em Florença
Um dente, um polegar e uma lasca de dedo extraídos do corpo de Galileu Galilei (1564-1642) serão expostos nesta semana em Florença, depois de serem descobertos por acaso no ano passado por um colecionador de arte.
Esses pedaços, mais outro dedo e uma vértebra, foram cortados do cadáver de Galileu por cientistas e historiadores durante uma cerimônia de sepultamento ocorrida 95 anos depois da morte desse renomado cientista do Renascimento.
"Os leigos e maçons presentes à cerimônia acharam que deveriam ter alguma lembrança do corpo de Galileu", disse Paolo Galluzzi, diretor do Museu Galileu, de Florença, em entrevista à Reuters.
"Eles acharam que ter um pedaço do homem seria uma homenagem à sua tradição. A ideia de ter relíquias da ciência é muito semelhante, é um espelho das relíquias da religião", disse ele.
Principais atrações
Esses restos mortais, junto com dois telescópios, uma bússola e vários outros instrumentos projetados por Galileu, são a principal atração do reformado - e rebatizado - Museu Galileu, que reabre nesta quinta-feira (10/06/2010), após dois anos de obras.
Esses pedaços, mais outro dedo e uma vértebra, foram cortados do cadáver de Galileu por cientistas e historiadores durante uma cerimônia de sepultamento ocorrida 95 anos depois da morte desse renomado cientista do Renascimento.
"Os leigos e maçons presentes à cerimônia acharam que deveriam ter alguma lembrança do corpo de Galileu", disse Paolo Galluzzi, diretor do Museu Galileu, de Florença, em entrevista à Reuters.
"Eles acharam que ter um pedaço do homem seria uma homenagem à sua tradição. A ideia de ter relíquias da ciência é muito semelhante, é um espelho das relíquias da religião", disse ele.
Principais atrações
Esses restos mortais, junto com dois telescópios, uma bússola e vários outros instrumentos projetados por Galileu, são a principal atração do reformado - e rebatizado - Museu Galileu, que reabre nesta quinta-feira (10/06/2010), após dois anos de obras.
History Channel - Galileu
Neste especial de duas horas, celebramos a história do pai da ciência moderna e sua luta para conseguir que as autoridades eclesiásticas aceitassem a verdade de suas impactantes descobertas. O programa é baseado no Best Seller de Dava Sobel "A Filha de Galileu", que revela uma nova e desconhecida faceta do famoso inventor.
Legado de Galileu Galilei

Por Edward Pentin
ROMA, segunda-feira, 13 de dezembro de 2009 (ZENIT.org).- Quatrocentos anos depois de ter inventado o primeiro telescópio, o legado de Galileu Galilei continua vivo, enquanto ainda influencia a forma como o mundo vê a ciência e como a ciência vê o mundo e, certamente, o universo.
Seu grau de impacto no mundo científico e na Igreja foi analisado detalhadamente em uma fascinante conferência em Roma, organizada pela Pontifícia Universidade Lateranense.
Intitulado “1609-2009: Do telescópio de Galileu à Cosmologia Evolutiva – Ciência, Filosofia e Teologia em diálogo”, o encontro de 3 dias reuniu uma série de conferencistas de primeira categoria, incluindo dois Nobéis de Física, cosmólogos, teólogos e filósofos. O evento acontece no final do Ano Internacional da Astronomia, para celebrar a invenção de Galileu em 1609.
A conferência começou, logicamente, esclarecendo os mitos que ainda existem no referente a Galileu e sua relação com a Igreja. O Dr. Own J. Gingerich, antigo professor e pesquisador de astronomia e de história da ciência na Universidade de Harvard, apresentou a história da controversa.
Eliminou rapidamente a acusação mais famosa e ao parecer mais irrefutável: que a Igreja torturou Galileu. Enviou-se uma carta ao astrônomo italiano, afirmava Gingerich, que indicava que deveria ser “interrogado por uma veemente manifestação de heresia” e que concluía “sendo mostrados legalmente os instrumentos de tortura”.
Não obstante, Gingerich afirmou que Galileu “certamente não foi torturado e suspeito que tampouco tenham lhe mostrado os instrumentos de tortura, mas estava em seu terceiro interrogatório quando percebeu que não haveria debate, que não seria capaz de sustentar que o sistema copernicano deveria ser levado a sério”. A partir de então, estava disposto a “confessar de qualquer forma que lhe fosse pedida, a aceitar a prisão domiciliar e a ser devolvido a Florença”.
O professor Gingerich dizia que era especialmente importante ver o caso de Galileu dentro do seu contexto. “É preciso compreender que a maioria das pessoas pensava que o sistema copernicano era totalmente ridículo; além disso, ninguém queria adotar o sistema copernicano.”
O astrônomo americano fez também uma observação especialmente pertinente: que a controversa de Galileu “mudou essencialmente a forma de fazer ciência, porque hoje a ciência trabalha sobretudo pela persuasão e não pelas provas, e Galileu influenciou muito para que isso ocorresse”.
Era de descobrimentos
No entanto, os avanços na astronomia foram, desde então, impressionantes, e muitos deles ocorreram durante os últimos 15 a 20 anos. “Estamos em uma era de grandes descobertas e fazendo grandes progressos”, afirmava o professor George F. Smoot, ganhador do prêmio Nobel de Física em 2006 por seu trabalho para ajudar a entender a teoria do Big Bang.
Graças ao telescópio especial Hubble e ao mais recente observatório espacial Planck, lançado pela Agência Espacial Europeia, os astrônomos podem agora ver o universo com um detalhe muito maior. Smoot, cuja tarefa é cartografar a superfície do começo do universo, comparava dois mapas do globo para ilustrar quanto se progrediu. Um mostrava todos os continentes cartografados mais ou menos como em um atlas medieval; o segundo mostrava a terra com grande detalhe topográfico. O primeiro representava o que sabíamos do universo em 1992; o segundo, o que conhecemos hoje.
Os telescópios atuais levaram ao descobrimento de pelo menos 100 bilhões de galáxias no universo, observou Smoot, levando-o a apresentar uma questão cosmológica provocante: “Se o propósito do universo é que o ser humano pudesse viver nele, por que fazer tantas galáxias? Claramente seria mais que suficiente criar o sistema solar; no entanto, há muitas, muitas galáxias distribuídas de formas estranhas e evoluindo ao longo do tempo. Por isso, a questão que se tem em cosmologia é explicar toda esta série de fatores”. Acrescentou que os astrônomos esperam que Planck os ajude a compreender melhor a natureza fundamental da criação do espaço e do tempo, que “é muito crítica”.
Muito além da observação
Em sua mensagem aos participantes da conferência, Bento XVI afirmou que a lição de Galileu é também um convite a ir além do que se pode observar. As questões sobre a imensidade do universo, sua origem e seu fim “não admitem uma única resposta de caráter científico”, afirmou. “Quem observa o cosmos, seguindo a lição de Galileu, não poderá deter-se somente naquilo que observa com o telescópio; deverá ir muito além, interrogando-se sobre o sentido e o fim ao qual se orienta toda a criação”. Neste contexto, observou o Papa, a filosofia e a teologia têm um importante papel “para aplanar o caminho rumo a ulteriores conhecimentos”.
Alguns oradores destacaram que Galileu valorizava a Escritura, observando que ele gostava de citar o cardeal Cesare Baronio, que afirmava: “A Bíblia foi escrita para nos mostrar como ir ao céu, e não como está o céu”. Mas Galileu insistia em que a Bíblia não deveria ser interpretada ao pé da letra ou como um instrumento de prova da ciência. Ao fazê-lo, esperava que esta visão fomentasse a reconciliação entre a fé e a ciência (seus detratores, no entanto, assumiram a postura oposta e viram nisso uma tentativa de interferir na teologia).
No entanto, segundo o arcebispo Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, a postura de Galileu sobre o literalismo ensina algo muito relevante ao mundo de hoje: que tais interpretações da Bíblia conduzem ao fundamentalismo. O prelado italiano, que é também um renomado erudito da Bíblia, afirmou que os textos bíblicos são “uma realidade viva” e, portanto, implicam no risco do fundamentalismo. Mas também destacou que, através da Bíblia, pode-se chegar a apreciar a “estética da criação”. “O homem não pode jamais estar presente na criação somente estudando-a do ponto de vista científico – explicou. Ao estudar o universo do ponto de vista científico, o cientista se deixa envolver pela linguagem simbólica e recorre às emoções estéticas, poéticas.”
“Da contemplação estética da criação dimanam grandes questões existenciais – afirmou Dom Ravasi – e este é um dos nossos grandes empobrecimentos.” Não é que a humanidade não tenha progredido na ciência, mas “é o homem que não progrediu na contemplação da beleza da criação”.
Citando G. K. Chesterton, afirmou que “estamos perecendo não por falta de maravilhas, mas por falta de capacidade de maravilhar-nos”. O arcebispo depois pediu a crentes e a não-crentes que descobrissem “o valor secreto, o valor poético” da criação.
Ordem ou desordem?
Como uma observação interessante, o professor Smoot afirmou em sua conferência que o universo é “extremamente ordenado” e parece que chegará a estar inclusive mais ordenado.
Isso levou um participante do auditório a perguntar sobre a observação do professor, questionando se, como se pensa comumente, o universo está se expandindo e esfriando a uma temperatura uniforme e, portanto, se tornará mais desordenado, um processo conhecido em termodinâmica como entropia crescente.
A conclusão lógica é que, se isso é assim, então o universo se dirige a uma possível morte, ou o que os astrofísicos chamam de “morte quente”, na qual toda a energia do cosmos terminará como uma distribuição homogênea de energia termal, de maneira que não se possa extrair força de nenhuma fonte.
O professor Smoot respondeu dizendo, em primeiro lugar, que a parte mais precoce do universo tem uma baixa entropia. Depois continuou: “A entropia é maior onde não há buracos negros e nosso conhecimento atual é que a maioria da entropia do universo está nos grandes buracos negros”.
“A entropia específica é ainda bastante baixa e, ainda que o universo tenha começado extremamente ordenado, tornou-se menos ordenado. Ainda que pareça ordenado, quando se observa como se distribuem as galáxias e a matéria escura, atualmente está mais desordenado que quando começou, com quase uma uniforme distribuição.”
“Esta desordem está aumentando e um dos principais debates de hoje é se esta entropia continuará crescendo sempre ou se em algum momento esta informação se perderá e se apagará e se chegará a um novo Big Bang.”
“Esta é uma das questões interessantes da cosmologia atual: inclusive ainda que pareça que nos ordenamos mais, não é assim.”
* * *
Edward Pentin é um escritor independente que reside em Roma. Pode ser contactado através de epentin@zenit.org
Galileu Galilei

Galileu era o filho mais velho do alaudista Vincenzo Galilei e de Giulia Ammannati. Viveu a maior parte de sua vida em Pisa e em Florença, na época integrantes do Grão-ducado da Toscana.
Galileu Galilei desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo. Descobriu a lei dos corpos e enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, ideias precursoras da mecânica newtoniana. Galileu melhorou significativamente o telescópio refrator e com ele descobriu as manchas solares, as montanhas da Lua, as fases de Vénus, quatro dos satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as estrelas da Via Láctea. Estas descobertas contribuíram decisivamente na defesa do heliocentrismo. Contudo a principal contribuição de Galileu foi para o método científico, pois a ciência assentava numa metodologia aristotélica.
O físico desenvolveu ainda vários instrumentos como a balança hidrostática, um tipo de compasso geométrico que permitia medir ângulos e áreas, o termómetro de Galileu e o precursor do relógio de pêndulo. O método empírico, defendido por Galileu, constitui um corte com o método aristotélico mais abstrato utilizado nessa época, devido a este Galileu é considerado como o "pai da ciência moderna".
Chegou a ser destinado à carreira religiosa, mas o seu pai queria que fosse médico e por isso inscreveu-o na Universidade de Pisa. No entanto desistiu de estudar medicina e decidiu estudar matemática. Foi nessa época que inventou a balança hidrostática, cujo mecanismo descreveu no breve tratado "La bilancetta", publicado em 1644. Durante o curso de medicina descobriu o isocronismo do pêndulo, determinando que o seu período não depende da massa, mas apenas do comprimento do fio. Foi o primeiro a pensar que este fenómeno permitiria fazer relógios muito mais precisos, e já no final da sua vida viria a trabalhar no mecanismo de escapo que mais tarde originaria o relógio de pêndulo.
Não chega a terminar os estudos e decide voltar a Florença onde dá aulas particulares para sobreviver e continua os seus estudos de matemática, mecânica e hidrostática.
Em 1588, com o apoio de Guidobaldo del Monte, matemático e admirador da sua obra, Galileu foi nomeado para a cátedra de matemática na Universidade de Pisa. Também em Pisa realizou as suas famosas experiências de queda de corpos em planos inclinados. Nestas demonstra que a velocidade de queda não depende do peso. Em 1590, publicou o pequeno tratado "De motu", sobre o movimento dos corpos. Com suas experiências de movimento de bolas em planos inclinados aproximou-se do que seria mais tarde conhecido como a primeira lei de Newton. Suas descobertas sobre o movimento tiveram significado especial pela abordagem matemática usada para analisá-las. A abordagem matemática se tornaria a marca registrada da física dos séculos XVII e XVIII e por esta razão Galileu seria chamado o "pai da física matemática".
Em 1592, ainda devido à influência de Guidobaldo del Monte, consegue a cátedra de matemática na Universidade de Pádua, onde passaria os 18 anos seguintes, "os mais felizes da sua vida". Nesta universidade ensinou geometria, mecânica e astronomia. Em Pádua descobriria as leis do movimento parabólico.
Em 1609, teve conhecimento de um telescópio que foi oferecido por alto preço ao doge de Veneza. Ao saber que o instrumento era composto de duas lentes em um tubo, Galileu logo construiu um capaz de aumentar três vezes o tamanho aparente de um objeto, depois outro de dez vezes e, por fim, um capaz de aumentar 30 vezes.
Galileu não inventou o telescópio, cujo pedido de patente foi feito em 1608, por Hans Lippershey, fabricante de óculos de Middleburg, nos Países Baixos, embora o termo "telescópio" tenha sido inventado na Itália em 1611.
Porém Galileu foi o primeiro a fazer uso científico do telescópio, ao fazer observações astronómicas com ele. Descobriu assim que a Via Láctea é composta de miríades de estrelas (e não era uma "emanação" como se pensava até essa época), descobriu ainda os satélites de Júpiter, as montanhas e crateras da Lua. Todas essas descobertas foram comunicadas ao mundo no livro Sidereus Nuncius ("Mensageiro das estrelas") em 1610. A observação dos satélites de Júpiter, levaram-no a defender o sistema heliocêntrico de Copérnico.
O eco das descobertas astronômicas de Galileu foi imediato, devido à publicação do Sidereus Nuncius foi nomeado matemático e filósofo grã-ducal, sem obrigação de ensinar. Entretanto observa as manchas solares e os anéis de Saturno, que confunde com dois satélites devido à baixa resolução do seu telescópio. Observa ainda as fases de Vénus, que utiliza como uma prova mais do sistema heliocêntrico. Abandona então Pádua e vai viver em Florença.
A publicação do Sidereus Nuncius suscitou reconhecimento mas também diversas polêmicas. Com a acusação de haver se apossado , com o telescópio, de uma descoberta que não lhe pertencia, foram postas em dúvida também a realidade de suas descobertas. O aristotélico Cremonini recusou-se olhar pelo telescópio enquanto o matemático bolonhês Antonio Magini - que seria o inspirador do libelo antigalileiano Brevissima peregrinatio contra Nuncium Sidereum escrito por Martin Hotky - sem negar a utilidade do instrumento, sustentou a inexistência das descobertas e Galileu em pessoa, de início, buscou inutilmente dissuadi-lo.
Mais tarde, Magini mudou de ideia e com ele também o astrônomo vaticano Christoph Clavius, que inicialmente havia afirmado que as descobertas eram somente ilusões de ótica das lentes. Era, esta última, uma objeção na época não facilmente refutável, dado que as lentes podiam aumentar a visão mas também deformá-la. Um apoio muito importante foi dado a Galileu por Kepler, que verificou a existência efetiva dos satélites de Júpiter, publicando em Francoforte em 1611 "Narratio de observatis a se quattuor Jovis satellibus erronibus".
Já que os matemáticos do Colégio romano eram considerados as maiores autoridades daquele tempo, em 29 de março de 1611, Galileo foi a Roma para apresentar as suas descobertas: foi recebido com todas as honras pelo próprio papa Paulo V, pelos cardeais Francesco Maria Del Monte e Maffeo Barberini e pelo príncipe Federico Cesi, que o inscreveu na Accademia dei Lincei, por ele mesmo fundada havia oito anos. Em 1° de abril, Galileu escreveu ao secretário ducal Belisario Vinta que os jesuítas "tendo finalmente conhecido a verdade dos novos planetas, estão há dois meses em contínuas observações, as quais prosseguem; e as temos comparado com as minhas, e seus resultados correspondem".
Galileu não sabia porém que em 19 de abril o cardeal Roberto Bellarmino havia encarregado os matemáticos vaticanos de aprontar-lhe uma relação sobre novas descobertas feitas por "um valente matemático por meio de um instrumento chamado canhão ou melhor óculos" e que a Congregação do Santo Ofício, no dia 16 de maio, havia decidido questionar sobre as relações existentes entre Galileu e o filósofo Cesare Cremonini, há tempos suspeito de heresia pela inquisição de Pádua. Evidentemente, na Igreja estavam bem presentes as consequências que "poderiam ter estes singulares desenvolvimentos da ciência sobre a concepção geral do mundo e assim, indiretamente, sobre os sacros princípios da teologia tradicional».
Em 1612, Galileu escreveu o "Discurso sobre as coisas que estão sobre a água, ou que nela se movem" - no qual apoiando-se na teoria de Arquimedes demonstrava, contra a teoria de Aristóteles, que os corpos flutuavam ou afundavam na água segundo seu peso específico não sua forma - provocando a polêmica resposta do "Discurso apologético sobre o Discurso de Galileu Galilei" do literato e aristotélico fiorentino Ludovico delle Colombe. Em 2 de outubro, no Palácio Pitti, presente o grão-duque e a gran-duquesa Cristina, e o cardeal Maffeo Barberini, então seu grande admirador, deu uma pública demonstração experimental do assunto, negando definitivamente as ideias de Colombe.
No seu "Discurso" Galileu acenava também às manchas solares, que ele sustentava já haver observado em Pádua em 1610, sem porém relatá-las: escreveu então, no ano seguinte, a "'História e demonstração sobre as manchas solares e seus acidentes'", publicada em Roma pela Accademia dei Lincei, em resposta a três cartas do jesuíta Christoph Scheiner que, endereçadas no final de 1611 a Mark Welser, anunciavam a sua descoberta das manchas solares. A parte a questão da prioridade da descoberta, Scheiner sustentava erroneamente que as manchas consistiam de chamas de astros rodando em torno ao Sol, enquanto Galileu as considerava matéria fluida pertencente à superfície do próprio Sol e rodante em torno ao mesmo por causa da rotação da estrela.
Em 1611 foi convocado a Roma onde apresentou as suas descobertas ao Colégio Romano dos Jesuítas, onde se encontrava o futuro Papa Urbano VIII, de quem ficou amigo, e o cardeal Roberto Bellarmino, que reconhece as suas descobertas. No mesmo ano acede à Accademia dei Lincei.
Em março de 1614 completou os estudos sobre o método para determinar o peso do ar, calculando seu peso como mínimo, diferente porém de zero. O ar é de fato cerca de 760 vezes mais leve que a água, mas os estudiosos da época pensavam, sem nenhum apoio experimental, que o ar não tinha peso algum.
Entre 1613 e 1615 escreveu as famosas cartas copérnicas dirigidas a Benedetto Castelli, Pietro Dini e Cristina di Lorena. Nestas cartas, Galileu descreveu as suas idéias inovadoras, que geraram muito escândalo nos meios conservadores, e que circularam apesar de nunca terem sido publicadas, ficando assim uma divisão de apoiantes e de opositores nas duas principais universidades da Itália. As passagens mais polémicas são aquelas em que transcreve alguns passos das Escrituras que deviam ser interpretados à luz do sistema heliocêntrico, para o qual Galileu não tinha ainda provas científicas totalmente conclusivas. E este começou a ser o princípio de um problema futuro.
Fólio de Galileu, onde retrata as fases da Lua.
Em 1616, a Inquisição (Tribunal do Santo Ofício) pronunciou-se sobre a Teoria Heliocêntrica declarando que a afirmação de que o Sol é o centro imóvel do Universo era herética e que a de que a terra se move estava "teologicamente" errada, contudo nada fora pronunciado a nível científico. O livro de Copérnico De revolutionibus orbium coelestium, entre outros sobre o mesmo tema, foi incluído no Index librorum prohibitorum (Índice dos livros proibidos). Foi proibido falar do heliocentrismo como realidade física, mas era permitido referir-se a este como hipótese matemática (de acordo com esta ideia o livro de Copérnico é retirado do Index passados quatro anos, com poucas alterações). Apesar de que nenhum dos livros de Galileu foi nesta altura incluído no Index, ele foi no entanto convocado a Roma para expor os seus novos argumentos. Teve assim a oportunidade de defender as suas ideias perante o Tribunal do Santo Ofício dirigido por Roberto Bellarmino, que decidiu não haver provas suficientes para concluir que a Terra se movia e que por isso admoestou Galileu a abandonar a defesa da teoria heliocêntrica excepto como ferramenta matemática conveniente para descrever o movimento dos corpos celestes. Tendo Galileu persistido em ir mais longe nas suas ideias, foi então proibido de divulgá-las ou ensiná-las.
Apesar das admoestações, encorajado pela entrada em funções em 1623 do novo Papa Urbano VIII, seu amigo e um espírito mais progressivo e mais interessado nas ciências do que o seu predecessor (que afinal nada teve directamente a ver com a sentença do tribunal), publicou nesse mesmo ano Il Saggiatore (O Analisador), dedicado ao novo Papa, para combater a física aristotélica e estabelecer a matemática como fundamento das ciências exactas. Nele coloca em causa muitas idéias de Aristóteles sobre movimento, entre elas a de que os corpos pesados caem mais rápido que os leves. Galileu defendeu que objetos leves e pesados caem com a mesma velocidade na ausência de atrito, diz-se que subiu à torre de Pisa e daí lançou objetos com vários pesos, mas essa história nunca foi confirmada. Este livro era também a reposta a uma polémica que mantinha com o jesuíta Orazio Grassi que defendia o modelo cosmológico de Tycho Brahe segundo o qual a Terra estava fixa no centro do Universo, mas os planetas e outros astros giravam em torno do Sol, que por sua vez girava em torno da Terra. Orazio Grassi defendia também que os cometas eram corpos celestes, o que é correcto, enquanto Galileu defendia erroneamente que eram produto da luz solar sobre o vapor atmosférico.
O papa Urbano VIII, que chegou a afirmar que "a Igreja não tinha condenado e não condenaria a doutrina de Copérnico como herética, mas apenas como temerária" e tinha sido testemunha de defesa no processo de 1616, recebeu Galileu no Vaticano em seis audiências em que lhe ofereceu honrarias, dinheiro (pensões de promoção académica e apoio científico) e recomendações. No entanto, o Papa não aceitou o pedido de Galileu de revogar o decreto de 1616 contra o heliocentrismo. Ao contrário encorajou Galileu a continuar os seus estudos sobre o mesmo, mas sempre como uma hipótese matemática útil porque simplificava os cálculos das órbitas dos astros e significavam um avanço cientifico que ainda não estaria suficientemente maturo para a época.
Foi neste contexto que Galileu escreveu Dialogo di Galileo Galilei sopra i due Massimi Sistemi del Mondo Tolemaico e Copernicano, por vezes abreviado para Dialogo sopra i due massimi sistemi del mondo (Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo) completado em 1630 e publicado em 1632, onde voltou a defender o sistema heliocêntrico e a utilizar como prova a sua teoria incorrecta das marés. É um diálogo entre três personagens, Salviati (que defende o heliocentrismo), Simplício (que defende o geocentrismo e é um pouco tonto) e Sagredo (um personagem neutro, mas que termina por concordar com Salviati). Esta obra foi seminal ao processo da Inquisição contra Galileu. A isto se deve a história complexa que levou à sua publicação.
O Papa tinha sugerido a Galileu escrever um livro em que os dois pontos de vista, o helio e o geocentrismo, fossem defendidos em igualdade de condições e em que as suas opiniões pessoais também fossem defendidas, e aceitou dar-lhe o Imprimatur caso este fosse o caso. Estariam assim abertas as possibilidades de levar o heliocentrismo adiante eliminando as rivalidades académicas e disputas universitárias, ao mesmo tempo que seriam possivelmente preparadas abordagens teológicas mais claras. Em 1630, com a obra terminada, Galileu viajou a Roma para apresentá-la pessoalmente ao Papa. Este fez apenas uma leitura brevíssima e entrega-a aos censores do Vaticano para avaliar se estava de acordo com o decreto de 1616. Mas várias vicissitudes e em particular a ignorância dos censores em astronomia levaram a um grande atraso nesta avaliação, pois realmente o livro voltava a encalhar em aspectos dos defensores do geocentrismo e de uma facção da disputa académica. No fim foram realizadas apenas algumas experiências.
O Papa suspeitava que o tolo personagem era uma caricatura dele próprio, o que não era certamente a intenção de Galileu, e sentiu-se extremamente traído na confiança que tinha depositado nele. Galileu perdeu assim o mais poderoso dos seus aliados. Contudo estas são especulações somente, porque não há registo de Galileu nem por parte do Vaticano que levem a afirmar este tipo de pensamentos nunca expressos e entre dois amigos.
Galileu era cristão fervoroso, mas tinha um temperamento conflituoso e viveu numa época atribulada na qual a Igreja Católica endurecia a sua vigilância sobre a doutrina para fazer frente às derrotas que sofria pela Reforma Protestante. O Papa sentiu que a aceitação do modelo heliocêntrico como ferramenta tinha sido ultrapassada e convocou Galileu a Roma para ser julgado, apesar de este se encontrar bastante doente. Após um julgamento longo e atribulado foi condenado a abjurar publicamente as suas idéias e a prisão por tempo indefinido. Os livros de Galileu foram incluídos no Index, censurados e proibidos, mas foram publicados nos Países Baixos, onde o protestantismo tinha já substituído o catolicismo, o que havia tornado a região livre da censura do Santo Ofício. Galileu havia escolhido precisamente a Holanda para executar o experimento com o telescópio que anteriormente construíra. Reza a lenda que, ao sair do tribunal após sua condenação, disse uma frase célebre: "Eppur si muove!", ou seja, "contudo, ela se move", referindo-se à Terra. Galileu consegue comutar a pena de prisão a confinamento, primeiro no palácio do embaixador do Grão-duque da Toscana em Roma, depois na casa do arcebispo Piccolomini em Siena e mais tarde na sua própria casa de campo em Arcetri.
Em 1638, quando já estava completamente cego, publicou Discorsi e Dimostrazioni Matematiche Intorno a Due Nuove Scienze em Leiden, na Holanda, a sua obra mais importante. Nela discute as leis do movimento e a estrutura da matéria.
Há muito equívoco quanto à morte de Galileu, pois não foi ele o cientista queimado vivo por sua concepção astronômica, mas Giordano Bruno (1548-1600) que havia sido condenado à morte por heresia nos tribunais da Inquisição, ao defender idéias semelhantes. Galileo Galilei, na verdade, morre em Arcetri rodeado pela sua filha Maria Celeste e os seus discípulos, de forma piedosa e de fé exemplar. É enterrado na Basílica de Santa Croce em Florença, onde também estão Machiavelli e Michelangelo, o que prova que a primeira condenação não poderia ter sido a de culpa de heresia mas a de somente "heresia formal".
No decorrer dos séculos a Igreja reviu as suas posições no confronto com Galileu. Em 1846, são removidas todas as obras que apoiam o sistema coperniciano da versão revista do Index. Em 1992, mais de três séculos passados da sua condenação, é iniciada a revisão do seu processo que decide pela sua absolvição em 1999. Contudo a revisão da condenação não tem nada a ver com o sistema heliocêntrico porque esse nunca foi objecto dos processos.
Os autores medievais aceitavam que a Terra era redonda, mas acreditavam no geocentrismo como fora estruturado por Aristóteles e Ptolomeu.
O sistema cosmológico, na ciência, ensinava que a Terra estava parada no centro do universo e os outros corpos orbitavam em círculos concêntricos ao seu redor. A Igreja Católica aceitava esse modelo como sempre aceitou os modelos científicos de cada época, desde que sejam compatíveis com a verdade revelada. Contudo essa não era uma certeza tradicional na ciência da época e não era um problema discutido. O heliocentrismo já era uma ideia antiga e que nunca despertou grande interesse nem complicação. Essa visão geocêntrica tradicional para alguns hoje foi abalada por Nicolau Copérnico que se limitou a dizer o que já tinha sido divulgado pelos monges copistas em seus manuscritos, que em 1514 começou a divulgar no meio académico um modelo matemático em que a Terra e os outros corpos celestes giravam ao redor do Sol, tese que ficou conhecida como heliocentrismo. Nesse primeiro momento, não se encontram muitas críticas por parte da Igreja. Note-se no entanto que a obra de Copérnico foi publicada com uma nota introdutória que explicava que o modelo apresentado devia ser interpretado apenas como uma ferramenta matemática que simplificava o cálculo das órbitas dos corpos celestes e nunca como uma descrição da realidade.
Galileu viveu uma época atribulada. Durante a Idade Média, muitos teólogos já haviam reinterpretado as escrituras, mas depois do Concílio de Trento a Igreja passava a condenar esse comportamento. Pois o caso de Galileu não implica o heliocentrismo com objecto do processo nem qualquer interpretação bíblica. Galileu acabou condenado por desobediência e por proferir conteúdos contra a Doutrina, por ignorância nestes temas, ao mesmo tempo que muitos clérigos apoiaram o geocentrismo e outros o heliocentrismo em disputas acadêmicas.
Galileu nunca se casou. Porém, ele teve um relacionamento com Marina Gamba, uma mulher que ele conheceu em uma de suas muitas viagens a Veneza. Marina morou na casa de Galileu em Pádua, onde deu à luz três crianças. Suas duas filhas, Virgínia e Lívia, foram colocadas em conventos onde se tornaram, respectivamente, irmã Maria Celeste e irmã Arcângela. Em 1610, Galileu mudou-se de Pádua para Florença onde ele assumiu uma posição na corte dos Médici. Ele deixou seu filho, Vincenzo, com Marina Gamba em Pádua. Em 1613, Marina casou-se com Giovanni Bartoluzzi, e Vincenzo foi viver junto com seu pai em Florença.
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