Einstein, Bohr e a realidade

O determinismo da física clássica, 
a do cotidiano, é só uma aproximação 
da realidade mais incerta  

ATÉ QUE PONTO podemos conhecer o mundo? Alguns acreditam que podemos ir até o fim, encontrando respostas para as perguntas mais profundas sobre as operações da natureza. Outros acreditam que o conhecimento que podemos adquirir sobre o mundo tem limites. Esses limites não são apenas uma consequência dos nossos cérebros ou das ferramentas que usamos para estudar a realidade física. Fazem parte da própria natureza.

Dentro da história da ciência, talvez a melhor expressão dessa dicotomia seja encontrada nos famosos debates entre Albert Einstein e Niels Bohr, que se deram até a morte de Einstein em 1955. 

Esses dois gigantes da física do século 20, que tinham grande respeito intelectual um pelo outro, trocaram opiniões em diversas ocasiões, tentando interpretar as misteriosas propriedades da ciência que ambos ajudaram a desenvolver: a estranha mecânica quântica, a física das moléculas, dos átomos e das partículas subatômicas. 

Em 1905, Einstein publicou o artigo que considerava o mais revolucionário de sua obra. Nele, propôs que, diferentemente da visão prevalente na época, na qual a luz era vista como uma onda, ela também podia ser imaginada como feita de corpúsculos, mais tarde chamados de fótons. A questão era como algo podia ser onda e partícula ao mesmo tempo. A situação piorou em 1924, quando Louis de Broglie sugeriu que não só fótons, mas prótons e toda a matéria, também eram ondas. 

A nova mecânica quântica impôs duas restrições fundamentais ao conhecimento: só podemos saber a probabilidade de encontrar uma partícula em algum lugar do espaço; o observador interage com o observado. Consequentemente, o determinismo da física clássica, a do nosso cotidiano, é apenas uma aproximação de uma realidade na qual o conhecimento completo parece ser uma impossibilidade. 

Einstein não podia aceitar isso. Em carta a Max Born, que havia proposto a interpretação probabilística, escreveu: "A mecânica quântica demanda nossa atenção... A teoria funciona bem, mas não nos aproxima dos segredos do Velho. De qualquer forma, estou convencido que Ele não joga dados". 

Para Einstein, uma descrição probabilística da natureza não podia ser a palavra final. A natureza era ordenada. Acreditava que, em nível mais profundo, tudo voltaria ao determinismo que conhecemos. Para Bohr, o sucesso da mecânica quântica falava por si mesmo. Via a relação entre observador e observado como uma expressão da nossa conexão com o mundo. Tanto que, quando recebeu a Ordem do Elefante da coroa dinamarquesa em 1947, escolheu o símbolo taoísta do yin e do yang como brasão. 

As coisas permanecem em aberto. Experimentos que tentaram encontrar algum vestígio de uma estrutura mais profunda do que a probabilidade quântica falharam. Por outro lado, a mecânica quântica exibe propriedades bizarras: um sistema pode afetar o comportamento de outro a distâncias enormes. Einstein chamava isso de "ação fantasmagórica à distância". Existem efeitos não locais (sem a causa e o efeito que conhecemos tão bem) que parecem desafiar o espaço e o tempo. Einstein e Bohr adorariam saber que o debate continua.

Nikola Tesla - History Channel






A Terra vista da ISS

Essa montagem de imagens  foi feita pelo astronauta Don Petit, durante a sua estadia na Estação Espacial Internacional.

A atividade solar influencia materiais radioativos na Terra


Segundo pesquisadores, o Sol, 150 milhões de quilômetros distante, parece estar influenciando a decomposição dos elementos radioativos no interior da Terra.

Dado o que sabemos sobre a radioatividade e os neutrinos solares, isso não devia acontecer. Dois cientistas das universidades de Stanford e Purdue acreditam que há uma chance de que uma partícula solar, até então desconhecida, esteja por trás de tudo isso.
A grande novidade é que o núcleo do Sol – onde as reações nucleares produzem neutrinos – gira mais lentamente do que a superfície. 

Este fenômeno pode explicar a evolução das taxas de decaimento radioativo observada em dois laboratórios distintos. Mas isso não explica porque a mudança acontece. Isso viola as leis da física como as conhecemos.

Ao examinar os dados de isótopos radioativos, os investigadores descobriram um desacordo nas taxas de decaimento medidas, o que vai contra a crença de que estas taxas são constantes. Enquanto procurava uma explicação, os cientistas se depararam com outra pesquisa, que observou variação sazonal nessas taxas de decadência. Aparentemente, a radioatividade é mais forte no inverno que no verão.

Uma labareda solar sugeriu que o Sol estava envolvido de alguma forma. Um engenheiro nuclear percebeu que a taxa de decaimento de um isótopo médico caiu durante a tempestade solar.

A descoberta poderá ser útil para proteger os astronautas e os satélites – se existe uma correlação entre as taxas de decomposição e a atividade solar, as mudanças nas taxas de decaimento podem fornecer um aviso antecipado de uma iminente tempestade solar.

Mas enquanto isso é uma boa notícia para os astronautas, é má notícia para a física. Os pesquisadores procuraram provas de que as mudanças no decaimento radioativo variam de acordo com a rotação do sol, e a resposta foi sim, sugerindo que os neutrinos são responsáveis. Mas como o neutrino, que não interage com matéria normal, está afetando o índice de decaimento ninguém sabe.

O que os pesquisadores sugerem é que algo que realmente não interage com nada está mudando algo que não pode ser mudado. Apesar disso, eles dizem que não devemos ter preocupações com os neutrinos solares influenciando o aquecimento do núcleo da Terra. 

Mas talvez devamos nos preocupar que a nossa compreensão do sol e da física nuclear é mais fraca do que pensávamos.

Por Natasha Romanzoti - http://hypescience.com

Origem de cratera oval na paisagem marciana ainda é um mistério


Orcus Patera é uma enigmática depressão de forma elíptica perto do equador de Marte, no hemisfério oriental do planeta, entre os vulcões Elysium e Olympus. Sua origem continua a ser um mistério. Uma nova imagem da estrutura foi divulgada apela Agência Espacial Europeia (ESA).

A depressão tem 380 km por 140 km, e uma borda que se eleva a até 1.800 metros sobre o terreno circundante. Seu fundo tem uma depressão que vai de 400 metros e 600 metros.

O termo "patera" é usado para crateras vulcânicas profundas e irregulares, mas não se sabe se Orcus realmente foi criada por um vulcão.

Entre as origens possíveis mencionadas na nota divulgada pela ESA, está a do impacto de um corpo vindo do espaço, que teria deixado uma cratera circular, posteriormente deformada por forças de compressão.

Uma alternativa seria a fusão de diferentes crateras de impacto, causada pela erosão do terreno entre elas.

A agência europeia considera como mais provável a hipótese de um impacto oblíquo, no qual um astro pequeno teria atingido a superfície num ângulo raso, muito próximo da horizontal.

estadão.com.br

NASA descobre dois novos exoplanetas


Usando os instrumentos na nave Kepler, a Agência Espacial Americana descobriu dois novos planetas orbitando uma estrela a dois mil anos-luz.

A descoberta é fruto de mais de sete meses observando 156 mil estrelas, uma missão cujo objetivo é encontrar locais do tamanho da Terra fora do nosso sistema solar.

Em junho, os cientistas operando a Kepler já haviam submetido dados de 700 candidatos a exoplanetas (qualquer planeta que orbite uma estrela que não o nosso Sol é chamado assim), descobertos em apenas 43 dias de missão.

Dessa vez foi possível confirmar a existência desses dois novos corpos orbitando a estrela Kepler-9. Eles foram detectados de forma indireta, por meio das pequenas diminuições no brilho da estrela que ocorrem quando um planeta passa na sua frente. O tamanho do corpo pode ser derivado dessa diminuição temporária de luminosidade, assim como sua distância da estrela e sua massa.

As estimativas das dimensões dos dois exoplanetas, chamados de Kepler-9b e 9c, foram refinadas no Observatório W.M. Keck, no Havaí. Ambos possuem massa similar a Saturno e, embora os dois sejam menores do que o planeta dos anéis, o Kepler 9b é um pouco maior do que seu companheiro. Ele também está mais perto da estrela, com uma órbita de cerca de 19 dias, enquanto o Kepler-9c possui uma órbita de 38 dias.

As descobertas, publicadas na Science, indicam também a possível existência de um terceiro pequeno planeta, uma super-Terra com um raio 1,5 vezes o do nosso planeta. Ele orbitaria próximo à estrela, completando sua volta em 1,6 dias. No entanto, mais dados são necessários para confirmar se este seria o terceiro exoplaneta orbitando a Kepler 9b.

Paula Rothman, de INFO Online

Objecto de Hoag - Uma Estranha Galáxia Anular

(clique na imagem para ver versão maior)  
 
Será uma ou duas galáxias? A questão surgiu em 1950 quando o astrónomo Art Hoag encontrou por acaso este invulgar objecto extragaláctico. Do lado de fora está um anel dominado por estrelas azuis e brilhantes, enquanto perto do centro situa-se uma bola de estrelas muito mais amareladas e provavelmente muito mais velhas. Entre os dois está uma lacuna que parece completamente escura. 

Como o Objecto de Hoag se formou permanece desconhecido, embora objectos semelhantes já tenham sido identificados e colectivamente denominados como uma forma de galáxia anular. A hipótese de génese incluíu uma colisão galáctica há milhares de milhões de anos atrás e o transporte gravitacional de uma barra central que desde aí desapareceu. 

A foto foi obtida com o Telescópio Espacial Hubble em Julho de 2001 e revela detalhes sem precedentes do Objecto de Hoag, com 100.000 anos-luz de diâmetro e situado a cerca de 600 milhões de anos-luz de distância na direcção da constelação da Serpente. Coincidentemente, visível no intervalo (na posição cerca da 1 hora) está outra galáxia anular provavelmente ainda mais distante.

Fonte: http://www.ccvalg.pt

Detector de matéria escura parte amanhã do Cern rumo à ISS

Folha.com

O Espectrômetro Alfa Magnético (AMS, sigla em inglês), instrumento projetado para detectar a antimatéria e a matéria escura, sairá nesta terça-feira (24/08/2010) do Laboratório Europeu de Física de Partículas (Cern), em Genebra, Suíça.

Esta é uma nova etapa de sua viagem em direção à Estação Espacial Internacional (ISS).

O detector AMS será transportado do Cern até o Aeroporto Internacional de Genebra, onde permanecerá até quinta-feira (26/08/2010), quando voa até o Centro Espacial Kennedy, da Nasa (agência espacial americana), na Flórida (EUA), a bordo de um avião da Força Aérea americana.

O AMS vai examinar aspactos fundamentais sobre a matéria e a origem do Universo, diretamente do espaço, e seu principal objetivo científico é a busca da chamada "matéria escura", que se supõe corresponder a 23% do Universo, mas que ainda não foi detectada de fato.

O aparelho também buscará a antimatéria --partículas de mesma massa e rotação da matéria "comum", mas com carga elétrica oposta.

Os elementos do detector AMS foram construídos por uma equpe internacional com contribuições de vários países europeus.

Este programa científico do AMS complementa o que se desenvolve do Grande Colisor de Hádrons (LHC), conhecido como a "Máquina do Big Bang".

O LHC é o maior acelerador de partículas do mundo e se localiza no Cern, em um gigantesco túnel subterrâneo de 27 quilômetros de cirunferência, sob a fronteira entre a Suíça e a França.

Busca por extraterrestres deve começar por inteligência artificial, diz astrônomo

BBC Brasil

Um astrônomo que trabalha em um centro de pesquisa voltado para achar vida fora da Terra disse que a comunidade que procura por extraterrestres deveria voltar suas atenções para "máquinas pensantes".

Para o astrônomo Seth Shostak, que trabalha no instituto Search for Extraterrestrial Intelligence (Seti, em inglês), na Califórnia, em vez de procurar por sinais biológicos de vida alienígena, os cientistas deveriam buscar indícios de inteligência artificial.

Alguns cientistas do Seti argumentam que em outros planetas, a vida pode ter se desenvolvido seguindo padrões químicos e biológicos completamente distintos dos encontrados na Terra.

No entanto, para outros pesquisadores, algumas leis de bioquímica seriam universais, e os extraterrestres teriam um ciclo de vida semelhante ao humano, com nascimento, procriação e morte. Para esta corrente, também haveria evolução de espécies entre os extraterrestres, exatamente como acontece com a vida na Terra.

Máquinas pensantes

No entanto, para o astrônomo Seth Shostak, em vez de procurar rastros biológicos de vida extraterrestre, os cientistas deveriam concentrar seus esforços na busca por tecnologias alienígenas. Shostak defendeu a ideia em um artigo publicado na revista Acta Astronautica.

"Se você examinar as escalas de tempo no desenvolvimento de tecnologias, em um determinado ponto se inventa o rádio e logo em seguida já se está transmitindo. A partir disso, há uma chance de você ser encontrado por alguém", disse Shostak à BBC.

"Mas cerca de cem anos depois de inventar o rádio – pelo menos se nós formos nos usar como exemplo – você inventa máquinas pensantes. Nós provavelmente faremos isso neste século."

Para John Elliott, pesquisador da universidade britânica Leeds Metropolitan University, o artigo de Shostak segue uma linha de pensamento que é cada vez mais comum entre os pesquisadores do Seti.

"Depois de procurar por sinais por 50 anos, o Seti está percebendo que a forma como a nossa tecnologia evoluiu é provavelmente um bom indicador de como outras civilizações – se elas existem lá fora – estariam progredindo", disse Elliott.

Tanto Shostak como Elliott concordam que encontrar sinais de "máquinas pensantes" pode ser mais difícil do que rastros biológicos extraterrestres, mas eles indicam que há novos caminhos a serem buscados.

Shostak afirma que a inteligência artificial teria uma tendência a se voltar para lugares com muita matéria e energia, as únicas coisas de potencial interesse aos extraterrestres no universo.

Com isso, o Seti deveria voltar seus esforços para estudar o centro das galáxias ou as proximidades de estrelas novas e muito quentes.

"Eu acho que nós poderíamos gastar pelo menos uma porcentagem do nosso tempo buscando em novas direções, que talvez não sejam as mais atraentes em termos biológicos, mas onde talvez algumas máquinas pensantes estejam presentes", escreve Shostak.

Astronomia no Tempo

Dia 23/08: 235.º dia do calendário gregoriano. 

História: 
Em 1962 estreia a série televisiva, "The Jetsons", uma produção da Hanna-Barbara que introduziu a uma geração um futuro com base na tecnologia. 

Em 1966, a Lunar Orbiter 1 tira a primeira fotografia da Terra a partir de órbita lunar. 

Em 2001, um fogo causa estragos na ordem dos 2,5 milhões de dólares ao Planetário Bishop em Brandenton, Flórida, EUA.

Sistema Solar teria 2 milhões de anos a mais do que se pensava

A análise dos restos minerais contidos em um meteorito achado no noroeste da África revelou que o Sistema Solar poderia ter se originado quase dois milhões de anos antes do que se pensava até agora, segundo um artigo publicado na revista Nature. 

Os minerais do meteorito - chamados inclusões minerais - são os restos sólidos mais antigos encontrados até agora e acredita-se que se formaram pouco depois do nascimento do Sol, por isso que a análise de sua idade pode proporcionar dados mais precisos sobre a data da formação do Sistema Solar. 

Segundo esta pesquisa da Universidade do Arizona (EUA), a formação do Sistema Solar teria acontecido há 4,568 bilhões, entre 300 mil e 1,9 milhão de anos antes do que se pensava até o momento. 

Para averiguar a antiguidade das inclusões minerais, Audrey Bouvier e Meenaskshi Wadhwa, chefes da pesquisa, utilizaram a técnica dos isótopos, empregada amplamente em geologia para determinar os anos de um resto fóssil.

Fonte: Portal Terra

Astronomia no Tempo

Dia 22/08: 234.º dia do calendário gregoriano. 

História: 
Em 1989 a Voyager 2 envia para a Terra fotografias que revelam anéis em torno do planeta Netuno. Graças as missões Voyager, hoje sabemos que, além de Saturno, Júpiter, Urano e Netuno também têm anéis.

Hipácia no filme 'Agora'



Cena do filme "Agora" onde Hipácia, com ajuda de um escravo, tenta entender o movimento terrestre baseado-se na Teoria Heliocêntrica de Aristarco.
Enquanto isso os cristãos comandados por Cirillo, hoje 'santo' da igreja católica, planejavam o seu assassinato.

Astrônomos usam Hubble para estudar energia escura

A lente gravitacional de Abell 1689, com a matéria escura 
destacada em roxo. HST/Nasa-ESA

estadão.com.br

Pela primeira vez, cientistas utilizando o Telescópio Espacial Hubble conseguiram tirar vantagem de uma lente de aumento espacial - um enorme aglomerado de galáxias cuja gravidade concentra a luz emitida por corpos mais afastados - para obter informações sobre a natureza da misteriosa energia escura que está acelerando a expansão do Universo.

Os cálculos feitos a partir dos dados do Hubble, juntamente informações obtidas por outros meios, aumentou de forma significativa a precisão das medições da energia escura, diz nota divulgada pelos responsáveis pelo telescópio espacial.

"Temos de enfrentar o problema da energia escura por todos os lados", disse, na mesma nota, Eric Jullo, astrônomo do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. Ele é o principal autor do artigo sobre a nova abordagem, publicado na edição desta semana da revista Science.

Cientistas não sabem o que a energia escura é, mas sabem que ela é o principal componente do Universo - cerca de 72%. A matéria escura, perfaz 24% e também é misteriosa, mas mais fácil de estudar, porque influencia gravitacionalmente a matéria comum, que responde por apenas 4%.

No novo estudo, a equipe de cientistas usou imagens do Hubble para analisar um grande aglomerado de galáxias, Abell 1689. A gravidade do aglomerado faz com que galáxias localizadas no pano de fundo apareçam em imagens múltiplas e distorcidas.

Usando essas imagens distorcidas, cientistas foram capazes de determinar como a luz das galáxias do pano de fundo foi distorcida pelo aglomerado - uma características que depende das propriedades da energia escura. O método também depende de medições, feitas aqui na Terra, da distância que nos separa dessas galáxias e da velocidade com que elas se afastam de nós.

Astronomia no Tempo

Dia 21/08: 233.º dia do calendário gregoriano.

História:
Em 1993 perdia-se a comunicação com a Mars Observer, três dias antes da sonda entrar em órbita de Marte. Cerca de 2/3 das sondas enviadas a Marte se perderam. O planeta é um verdadeiro cemitério de espaçonaves.

Planeta Marte é ideal para plantações


Por Rafael Alves - hypescience.com

Não é de hoje que pessoas na Terra estão reclamando de falta de espaço para a agricultura. Também não é tão recente a iniciativa dos programas espaciais de aterrissar em Marte e descobrir mais sobre o nosso planeta vizinho. Pois cientistas da Universidade de Sydney (Austrália) descobriram algo que pode fazer a humanidade matar esses dois coelhos com uma cajadada só: o ambiente marciano é perfeito para praticar a agricultura.

Para chegar a essas conclusões, os cientistas simularam um modelo de crescimento vegetal em marte para comparar. No caso, as plantas teriam que se desenvolver dentro de cápsulas hidropônicas, e não totalmente ao ar livre.

Os cientistas afirmam que o solo vermelho do planeta é ideal para o crescimento de espécies vegetais, e a gravidade reduzida de Marte irá exigir menos água e adubo do que aqui na Terra. É que o solo sob gravidade marciana é capaz de armazenar mais água, portanto perde menos com a evaporação. Este aumento de eficiência significa que nós poderíamos usar incríveis 90% menos de água para irrigação. O uso de fertilizantes também poderia ser facilmente reduzido, o que torna a plantação muito mais econômica.

Mas a gravidade, que pode ajudar nesse quesito, também seria capaz de atrapalhar. Como a gravidade é apenas um terço da nossa, o fluxo da circulação da água pelas plantas cai de velocidade na mesma proporção, o que poderia asfixiar microorganismos atuantes, além de matar as raízes que necessitam de oxigênio.

Além disso, uma lavoura em Marte poderia ser mais “poluente”. O solo marciano consome oxigênio mais rapidamente e demanda mais, o que resulta em um aumento de 10% nas emissões de CO2. Então, teríamos que arranjar providências para evitar um efeito estufa em Marte também. Isso tudo, claro, se é essa ideia for colocada em prática um dia.

Netuno completa sua primeira órbita ao redor do Sol desde 1846

Por Luciana Galastri - hypescience.com

No dia 20 de agosto, Netuno estará no mesmo lugar em que foi descoberto, marcando a sua primeira volta ao redor do Sol desde 1846 – mostrando que seu ano dura 164 anos terrestres.

A descoberta de Netuno tem uma história interessante. Urano foi descoberto em 1781 por Sir William Herschel. Nessa época, astrônomos perceberam que o movimento de Urano não era exatamente o esperado, então eles começaram a suspeitar que houvesse outro planeta que estivesse influenciando seu campo gravitacional.

Em 1840, dois matemáticos calcularam exatamente a localização de Netuno a partir do movimento de Urano, mas não encontraram nenhum astrônomo disposto a procurar pelo seu planeta.

Finalmente, o astrônomo alemão Johan Galle, em 1846, resolveu procurar o planeta e encontrou uma pequena mancha azul-esverdeada que, mais tarde, seria batizada de Netuno. Ironicamente, Galle não foi o primeiro a observar o planeta. Na década de 1610 Galileu Galilei observou Netuno duas vezes, mas imaginou se tratar de uma estrela e não de um planeta.

Por um século, Netuno foi considerado o planeta mais afastado do Sol, até que Plutão foi descoberto, em1930. Agora, como Plutão não é mais considerado um planeta, Netuno tem a “honra” de ser o último da fila novamente.

Por causa de sua distância, Netuno não consegue ser visto a olho nu, como seu vizinho Urano (que pode parecer uma estrela diminuta). Mesmo com um telescópio amador, você veria apenas uma pequena esfera verde-azulada, como descreveu Galle.

A aurora de Saturno pulsa em sintonia com as emissões de rádio do planeta


Cientistas descobriram que a aurora de Saturno, um brilho fantasmagórico ultravioleta que ilumina a atmosfera superior perto dos pólos do gigante de gás, pulsa em sintonia com as emissões de rádio do planeta.

A pulsação da aurora ocorre uma vez a cada 11 horas. Segundo os cientistas, esta é uma descoberta importante por duas razões: primeiro, por ser o elo que faltava entre as ondas de rádio do planeta e as emissões da aurora, e segundo, porque adiciona uma ferramenta fundamental para diagnosticar a causa da pulsação ( a agitação) irregular de Saturno.

Como todos os planetas magnetizados, Saturno emite ondas de rádio para o espaço a partir de suas regiões polares. Em 1977, cientistas acreditavam que a sincronia dos pulsos representava o período de rotação do planeta. Mas, as observações ao longo dos anos mostraram que a pulsação das emissões de rádio variam, o que confundiu os especialistas, uma vez que a rotação de um planeta não pode facilmente mudar de velocidade.

Também tem gerado debate a duração de um dia em Saturno, uma vez que os relógios tradicionais não são confiáveis para determinar o período de rotação de um planeta sem superfície sólida para referência.

Em um novo estudo, pesquisadores mostram que, não só a pulsação das emissões de rádio, mas as auroras do planeta também têm o mesmo ritmo.

As auroras na Terra podem ocorrer quando o campo magnético do planeta é bombardeado por partículas emitidas pelo Sol. Em Saturno, as auroras podem ocorrer quando luas como Enceladus ou Io expelem partículas no planeta próximo.

Cientistas já suspeitavam que as ondas de rádio de Saturno eram emitidas por essas partículas carregadas quando elas viajavam em direção aos pólos, mas pulsações de rádio não tinham sido observadas na aurora de Saturno. Isso intrigava os astrônomos, já que os dois fenômenos estavam aparentemente relacionados.

Neste estudo recente, no entanto, a equipe de pesquisadores usou o relógio pulsante de ondas de rádio do próprio Saturno para organizar os dados da aurora do planeta. Isto confirmou que as auroras e as emissões de rádio são de fato fisicamente associadas.

Essa ligação é importante, pois significa que a pulsação das emissões de rádio está sendo transmitida pelos processos de condução da aurora de Saturno, o que pode ser estudado por uma nave da NASA atualmente em órbita ao redor do planeta. Segundo os cientistas, este foi um passo significativo para resolver o mistério do período variável de rádio.

Fonte: hypescience.com

A Lua está encolhendo como uma maçã velha, revela Nasa

Ondulações no terreno perto do local onde ficou a Apollo 17
aconteceram recentemente e indicam que a Lua encolheu

AFP

A Lua encolheu como uma maçã velha, revelam imagens da Nasa, que explica esta contração pelo resfriamento interno do único satélite natural da Terra. 

Essas imagens, publicadas nesta quinta-feira (19/08/2010) na revista americana Science, mostram modificações na superfície da Lua não detectadas anteriormente, indicando que sua circunferência "retraiu cerca de 100 metros em um curto período de tempo", explicou Thomas Watters, do Museu Nacional do Ar e do Espaço e principal autor desse trabalho.

As conclusões foram tiradas graças às fotografias registradas pelas poderosas objetivas posicionadas a bordo da Sonda de Reconhecimento Lunar (LRO), um instrumento espacial que a Nasa colocou na órbita da Lua em junho de 2009.

As fotografias revelam a existência de "escarpas lobuladas" (ondulações) no solo da Lua. Estas formações se situam principalmente nas regiões lunares de média altitude, em volta de todo o satélite. A contração e o "enrugamento" da superfície lunar seriam, assim, consequências do resfriamento do interior da Lua.

Esses traços geológicos já haviam sido fotografados próximos ao equador da Lua por câmeras panorâmicas durante as missões Apollo 15, 16 e 17, no início dos anos 70. Mas 14 novas escarpas lobuladas desconhecidas apareceram nas imagens de alta definição do LRO.

"Um dos aspectos mais impressionantes dessas ondulações lunares, é o fato de que elas parecem relativamente recentes", observou Thomas Watters.

"Eles surgiram na superfície lunar provavelmente por causa do resfriamento interno da lua", explicou.

"As imagens de ultra-alta definição fornecidas pelas câmeras de ângulo estreito a bordo do LRO vão revolucionar nossa percepção sobre a lua", declarou Mark Robinson, do Instituto da Terra e da Exploração Espacial da Universidade Estadual do Arizona (sudoeste), co-autor desta pesquisa e principal cientista responsável pelas câmeras do LRO.

Energia de buraco negro impede formação de milhões de estrelas

Imagem composta de rádio (vermelho-alaranjado) 
e raios X (azul) de M87. Chandra-VLS/Divulgação

estadão.com.br

Um gigantesco buraco negro no centro da galáxia M87 está soprando poeira e gás para longe, impedindo assim a formação de novas estrelas. Imagem composta por dados coletados pelo Telescópio de Raios X Chandra e pelo conjunto de radiotelescópios VLA registra o processo violento.

Em nota divulgada pela equipe do Chandra, astrônomos envolvidos no estudo declaram-se "surpresos" pelas semelhanças entre os processos desencadeados pelo buraco negro e a erupção de um vulcão na Islândia, no semestre passado.

A uma distância de 50 milhões de anos luz, M87 está relativamente próxima da Terra e fica no centro do aglomerado de Virgem, que contém milhares de galáxias. A localização de M87, combinada ao longo período de atividade do Chandra, fez com que a galáxia fosse um excelente alvo de observação.

"Nossos resultados mostram em grande detalhe como o buraco negro supermassivo tem um controle surpreendentemente bom sobre a evolução da galáxia onde vive", disse, em nota, Norbert Werner, do Instituto Kavli de Astrofísica de partículas e Cosmologia da Universidade Stanford e do Laboratório Nacional de Acelerador SLAC. "E não para aí. O alcance do buraco negro se estende ainda além pelo aglomerado, de forma semelhante á que um pequeno vulcão pode afetar praticamente um hemisfério todo da Terra".

O aglomerado ao redor de M87 brilha em luz de raios X, que é captada pelo Chandra. À medida que se resfria, o gás pode cair na direção do centro da galáxia, onde poderia continuar a se resfriar ainda mais e formar novas estrelas.

No entanto, observações de rádio feitas pelo VLA indicam que os jatos de partículas altamente energéticas produzidos pelo buraco negro de M87 interrompe o processo. Esses jatos erguem o gás relativamente frio perto do centro da galáxia e produzem ondas de choque na atmosfera galáctica, por conta de sua velocidade supersônica.

Os cientistas envolvidos na pesquisa consideraram que a interação dessa "erupção" cósmica com o ambiente galáctico é muito semelhante à do vulcão islandês Eyjafjallajokull, que forçou o fechamento de boa parte dos aeroportos da Europa há alguns meses.

Com o Eyjafjallajokull, bolsões de gás quente irrompiam pela superfície da lava, gerando ondas de choque que podem ser vistas passando através da fumaça cinzenta. O gás aquecido se eleva pela atmosfera, arrastando a poeira cinzenta atrás de si. 

Em analogia com o vulcão, as partículas energéticas produzidas na vizinhança do buraco negro elevam-se através ad atmosfera que emite raios X, fazendo elevar-se o gás mais frio perto do centro  de M87, de modo semelhante ao arrasto das nuvens de cinza vulcânica visto na Terra.

Em M87, as plumas de gás mais frio que são erguidas contêm tanta massa quanto todo o gás contido num raio de 12.000 anos-luz do centro do aglomerado de galáxias.

"Esse gás teria formado centenas de milhões de estrelas se o buraco negro não o tivesse retirado do centro da galáxia", disse um dos autores de um dos dois artigos que descrevem a dinâmica de M87, Evan Milion, de Stanford. Os artigos aparecerão no periódico  Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Astronomia no Tempo

Dia 20/08: 232.º dia do calendário gregoriano.

História: 
Em 1633, Galileu Galileié julgado diante a Congregação da Doutrina da Fé por ensinar que a Terra orbita o Sol.

Em 1975, a NASA lança a sonda Viking 1 para Marte.

Em 1977, a nasa lança a sonda Voyager 2 em missão para Júpiter, Saturno, Urano e Netuno

Em 1999, o Telescópio Espacial de Raios-X Chandra, lançado a 23 de Julho de 1999, revela características ainda não observadas nos restos de três explosões de supernovas.

Estação Espacial Internacional volta a funcionar normalmente

A ISS orbita da Terra, em imagem feita 
durante o mês de fevereiro. Divulgação/Nasa
Associated Press

A Estação Espacial Internacional (ISS) está operando normalmente, depois de uma série de caminhadas  espaciais para a realização de reparos.

A tripulação instalou uma nova bomba de amônia na segunda-feira, 16. Isso permitiu que fossem reativados os sistemas de refrigeração que estavam desligados desde 31 de julho.

O laboratório orbital precisa de dois sistemas de refrigeração ativos para evitar que os sistemas eletrônicos de bordo não superaqueçam.

Nesta quarta-feira, a Nasa informou que todo o equipamento que havia sido desligado após o colapso de metade do sistema de refrigeração já foi reativado. Pesquisas científicas devem recomeçar nesta quinta-feira.

Estrela magnética ocupa lugar onde deveria haver buraco negro

Ilustração de uma magnetar, com suas linhas de força magnética. Divulgação/ESO

bbcbrasil.com

A descoberta de uma rara estrela magnética - ou "magnetar" - está desafiando teorias sobre a origem dos buracos negros.
Magnetares são um tipo especial de estrela de nêutrons, com um poderoso campo magnético.

Elas são formadas por colapso gravitacional depois que a original, ou estrela-mãe, morre e forma uma supernova catastrófica.

Para esta recém-descoberta magnetar, os astrônomos calcularam que a massa da progenitora deve ter sido pelo menos 40 vezes maior do que o nosso sol.

Estrelas desse porte que entram em colapso deveriam formar um buraco negro. O fato é que esta resultou em uma estrela de nêutrons, desafiando a teoria fundamental.

O estudo, conduzido pelo Dr. Ben Ritchie da Open University, foi publicado na revista Astronomy and Astrophysics.

A magnetar nova foi encontrada em um extraordinário aglomerado estelar conhecido como Westerlund 1, 16.000 anos-luz de distância, na constelação Ara (Altar). Esta região contém muitas estrelas massivas.

O Dr. Ritchie afirmou que se a Terra estivesse "localizada no coração deste aglomerado notável, nosso céu estaria cheio de centenas de estrelas, tão brilhantes como a Lua cheia."

Viva rápido, morra jovem

Para calcular a massa da estrela progenitora, a equipe de investigação estimou a sua vida útil. Estrelas maciças colapsam antes de estrelas pequenas, porque a pressão sobre o seu núcleo é maior, fazendo com que queimem seu combustível de hidrogênio mais rapidamente.

O buraco negro que falta pode ser explicado se a estrela original perdeu massa para uma estrela vizinha. Os astrônomos supõem que essa estrela se formou ao mesmo tempo que outras no mesmo cluster.

Portanto, o fato de que esta estrela já colapsou mostra que ela deve ter sido mais maciça do que as outras estrelas que continuam a existir lá.

Estrelas que são mais de 25 vezes mais massivas que nosso Sol normalmente colapsam para formar buracos negros.

O Dr Negueruela, da Universidade de Alicante, na Espanha, um coautor do estudo, disse que o mistério do buraco negro em falta pode ser explicado se a estrela progenitora se livrou "de nove décimos da sua massa antes de explodir como uma supernova".

Uma maneira de alcançar este "plano de dieta" seria se o progenitor era parte de um ato cósmico duplo conhecido como "estrela binária", e sua companheira tirou parte de sua massa. Isso teria permitido evitar o destino de se tornar um buraco negro.

O professor Mike Cruise, um astrofísico da Universidade britânica de Birmingham, que não esteve envolvido no estudo, disse à BBC que a nova pesquisa foi "um brilhante trabalho de detetive".

Ele comentou: "O que é especialmente atraente sobre este estudo é a maneira como os argumentos dos pesquisadores se baseiam em medições robustas, não apenas teorias."

Astronomia no Tempo

Dia 19/08: 231.º dia do calendário gregoriano.

História:
Em 1646 nascia o astrônomo inglês John Flamsteed. Suas acuradas observações ajudaram Newton em sua formulação da gravitação universal.

Em 1960, os cães espaciais russos Belka ("Squirrel") e Strelka ("Little Arrow") começaram a orbitar a Terra a bordo do satélite Korabl-Sputnik-2.
Iam também na missão 40 ratos brancos, 2 ratos de esgoto e diversas qualidades de plantas. No dia seguinte todos foram recuperados em perfeitas condições.

Nasa divulga imagem de estrela em formação

A imagem apresenta a estrela em formação em meio a uma nuvem de gás, 
poeira e outras novas estrelas. Foto: EFE

A Agência Espacial Americana, Nasa, divulgou nesta terça-feira a fotografia do nascimento de uma estrela. A imagem, que apresenta a estrela em formação em meio a uma nuvem de gás, poeira e outras novas estrelas, foi feita pelo telescópio em infravermelho da sonda Wise (Wide-field Infrared Survey Explorer). As informações são da agência EFE.

A Wise começou a transmitir fotos do espaço no dia 14 de janeiro deste ano e os astrônomos da Nasa afirmam que já receberam mais de 250 mil imagens em alta resolução vindas do telescópio da sonda.

Eclipse de pulsar permite mais um teste de teoria de Einstein

Ilustração do sistema binário, com o pequeno pulsar acumulando matéria da estrela. 

estadao.com.br

Usando o satélite Explorador de Raios X Rossi, da Nasa, astrônomos descobriram o primeiro pulsar rápido de raios X a ser eclipsado por uma estrela companheira. Estudos mais detalhados desse sistema permitirão realizar novos testes da teoria da relatividade de Albert Einstein.

O pulsar é uma estrela de nêutrons em rápida rotação - o núcleo esmagado de uma estrela que explodiu como supernova. Estrelas de nêutrons concentram massa superior à solar numa bola com menos de um milésimo do tamanho do Sol.

"É difícil estabelecer a massa das estrelas de nêutrons, especialmente no extremo mais alto da gama de massas prevista pela teoria", disse Craig Markwardt, da Nasa. "Como resultado, não conhecemos a estrutura interna ou o tamanho delas tão bem quanto gostaríamos. Esse sistema nos leva um passo além nesse sentido".

Conhecido como Swift J1749.4-2807, ou apenas  J1749, o sistema lançou uma explosão de raios X em abril. Durante o evento, o Rossi observou três eclipses, detectou pulsos de raios X que identificaram a estrela como um pulsar e registrou variações de pulso que indicam o movimento orbital da estrela.

J1749 foi descoberta em junho de 2006, quando uma explosão menor chamou a atenção do satélite Swift. Observações subsequentes revelaram que a fonte era um sistema binário a 22.000 anos-luz de distância, na constelação de Sagitário, e que a estrela de nêutrons estava absorvendo massa de sua companheira.  O gás atraído se acumula num disco em torno da estrela de nêutrons.

"Como muitos sistemas binários, J1749 tem explosões quando instabilidades do disco permitem que parte do gás colida com a estrela", explicou Tod Strohmayer, cientista ligado ao Rossi.

O pulsar J1749 gira 518 vezes por segundo, e seu movimento orbital produz mudanças pequenas, mas regulares, na frequência dos raios X. Essas mudanças sugerem que as estrelas do par giram uma em torno da outra a cada 8,8 horas.

"Esta é a primeira vez em que detectamos eclipses de raios X num pulsar rápido que também está absorvendo gás", disse Markwardt. "Com essas informações, agora sabemos o tamanhoe  a massa da estrela companheira com precisão sem precedentes". 

Escrevendo sobre suas descobertas no periódico The Astrophysical Journal Letters, Markwardt e Strohmayer destacam que têm praticamente toda a informação necessária para determinar a massa do pulsar, estimada entre 1,4 e 2,2 massas solares. para isso, é preciso localizar, por meio de telescópios normais ou de infravermelho, a estrela companheira.

Mas a teoria da relatividade pode tornar essa observação desnecessária: uma consequência da teoria é que um sinal, como ondas de rádio ou raios X, sofre um pequeno atraso ao passar muito perto de um objeto de grande massa. Esse atraso já foi demonstrado diversas vezes em experimentos.

"Medições de alta precisão os raios X antes e depois do eclipse podem fornecer um retrato detalhado de todo o sistema", disse Strohmayer. Para J1749, o atraso previsto é de 21 microssegundos, dentro da capacidade de detecção do Rossi.

Com apenas três eclipses observados em 2010, o satélite não captou dados suficientes para revelar um grande atraso. Mas, da próxima vez que o pulsar produzir uma explosão, será possível determinar o valor, afirma Markwardt.

Astronomia no Tempo

Dia 18/08: 230.º dia do calendário gregoriano. 

História: 
Em 1868 Norman Lockyer observa pela primeira vez hélio no espectro do Sol.  

Em 1985 era lançado o Suisei(foto), a segunda missão japonesa a estudar o cometa Halley.
Detectou água cometária, monóxido de carbono e iões de dióxido de carbono. 

China testa módulo de estação espacial para lançamento em 2011

Lançamento da Shenzhou 7, a mais recente missão 
tripulada chinesa, realizada em 2008

Associated Press

A China completou o primeiro módulo de sua futura estação espacial, e está testando os sistemas eletrônicos antes de lançá-lo em órbita no ano que vem.

A agência de notícias estatal Xinhua informou o cronograma de atividades do módulo nesta terça-feira, 17. A agência também noticiou que um foguete Longa Marcha 2F está sendo modificado para carregar o módulo Tiangong 1, de 8,5 toneladas, ao espaço.

A nave espacial Shenzhou 8 vai conectar-se ao módulo no segundo semestre de 2011, com as missões Shenzhou 9 e 10 seguindo-se em 2012, disse a Xinhua. 

O posto orbital será parte do programa espacial tripulado chinês, mas não hão foram divulgadas datas para o término das obras em órbita ou para o início da ocupação humana da estação.

A China também planeja lançar uma segunda sonda à Lua em outubro, e realizar um pouso lunar - não tripulado - em 2012. Uma possível missão lunar com astronautas foi proposta para 2017.

Pequim lançou sua primeira nave espacial tripulada, a Shenzhou 5, em 2003, tornando-se o terceiro país a dominar a tecnologia de enviar seres humanos ao espaço, atrás de Rússia e EUA.

No entanto, o clima de segredo e os laços militares do programa chinês vêm inibindo a colaboração com outras potências espaciais, incluindo a Estação Espacial Internacional (ISS).

Astronomia no Tempo

Dia 17/08: 229.º dia do calendário gregoriano.

História: 
Em 1877 a lua de Marte Phobos é observada pela primeira vez por Asaph Hall no Observatório Naval dos EUA. 

Em 1966 era lançada a sonda Pioneer 7.

Em 1970 a sonda soviética Venera 7 é lançada a partir do cosmódromo Baikonur. Chega a Vénus em 15 de Dezembro de 1970. É a primeira nave a enviar dados para a Terra. A Venera 7 teve também uma sonda gémea, lançada a 22 de Agosto, mas que permaneceu em órbita da Terra.

Em 1980, depois de 1400 órbitas em torno de Marte, a sonda Viking 1 foi desligada. Lançada a 25 de Agosto de 1975, a missão Viking revelou, na altura, as melhores imagens do planeta. Uma das suas fotografias mais famosas é a "Cara em Marte". 

Em 1999 passava pela Terra (1,166 km) a sonda Cassini(foto) sobre o lado Este do Pacífico Sul.
Este é um de 4 voos rasantes planetários (Vénus, Vénus, Terra e Júpiter), para uma assistência gravitacional em ordem à sonda chegar a Saturnoem 2004. Este voo rasante deu à Cassini um aumento de velocidade de 20,000 quilómetros por hora. As vozes contra a Cassini e o seu plutóniorespiraram de alívio. 

Através do Buraco de Minhoca

Narrado por Morgan Freeman, este documentário irá explorar os mistérios mais profundos da existência - as questões que têm intrigado a humanidade desde a eternidade. Como fomos criados? O que existia antes do início? Será que estamos realmente sozinhos? Existe um criador? Estas questões foram ponderadas pelas mentes mais requintados da raça humana. Agora, a ciência evoluiu a ponto onde fatos e evidências concretas podem ser capazes de nos fornecer as respostas. Série em 8 episódios.

Lista de episódios:

1. Existe um Criador?
2. O Enigma dos Buracos Negros
3. É possível viajar no tempo?
4. O que houve antes do príncipio?
5. Como chegamos até aqui?
6. Estamos sós?
7. Do que realmente somos feitos?
8. Além da escuridão

EPISODIO 1 – Existe um Criador?
http://www.youtube.com/view_play_list...
EPISODIO 2 - O Enigma dos Buracos Negros
http://www.youtube.com/view_play_list...
EPISODIO 3 - É possivel viajar no tempo?
http://www.youtube.com/view_play_list...
EPISODIO 4 - O que houve antes do principio?
http://www.youtube.com/view_play_list...
EPISODIO 5 - Como chegamos até aqui?
http://www.youtube.com/view_play_list...
EPISODIO 6 - Estamos sós?
http://www.youtube.com/view_play_list...
EPISODIO 7 - Do que realmente somos feitos
http://www.youtube.com/view_play_list...
EPISODIO 8 - Alem da escuridao
http://www.youtube.com/view_play_list...

Science Channel

Sonda Cassini faz passagem próxima e fotografa três luas de Saturno

estadão.com.br

A sonda Cassini completou com sucesso, no fim da última semana, uma passagem próxima por três luas de Saturno -- Encélado, Tétis e Dione. Um dos principais objetivos do sobrevoo era dar aos cientistas uma nova oportunidade de estudar as chamadas" listras de tigre", fissuras na superfície de Encélado das quais partem jatos de gelo e matéria orgânica.

As primeiras imagens da passagem, realizada na sexta-feira, 13, foram divulgadas no sábado. Elas ainda não foram processadas e corrigidas.

A fotografia acima mostra Encélado, que tem um raio de 247 quilômetros, a uma distância de 38.758 quilômetros. A lua fica a 238.000 km de Saturno.

A imagem acima mostra Tétis, uma lua com raio médio de cerca de 530 km, vista a 38.327 quilômetros de distância. Tétis fica a 294.000 km do planeta Saturno. Sua paisagem é dominada, no hemisfério ocidental, pela cratera Odisseu, com  400 km de diâmetro.

A imagem acima, de Dione, foi feita a uma distância de 118.994 quilômetros da lua, que tem raio de 560 km e fica a 377.400 km de Saturno.

Uma ecologia espiritual

O respeito à vida como verdade 
universal leva a um estado em que 
agimos como os guardiões dela 

ESTÁ NA HORA de irmos em frente e deixar para trás o desgastado embate entre a ciência e a religião, que já não rende nada. É preciso encontrarmos um novo rumo, ir além da polarização linear que vem caracterizando as discussões do papel da fé e da razão na vida das pessoas por mais de cem anos. A ciência não se propõe a roubar Deus das pessoas, e nem toda prática religiosa é anticientífica. Existe uma outra dimensão a ser explorada, ortogonal a esse eixo em torno do qual giram os argumentos mais comuns.

Um caminho possível é explorar valores morais de caráter universal que desafiem a linearidade do cabo de guerra entre a ciência e a religião. 

Bem sei que, para muita gente, a proposta de encontrar valores morais universais representa já um beco sem saída. Relativistas culturais, por exemplo, argumentarão que esses valores universais não existem, que o que é certo para um pode ser errado para outro. Por exemplo, culturas nas quais a poligamia é aceita. 

Para encontrar valores morais universais, precisamos ir mais fundo. Não podem ser valores que variem de cultura para cultura ou em épocas diferentes, como a ideia do casamento. Sugiro que o valor mais efetivo que podemos explorar vem da única certeza universal que temos: a morte. 

A morte não é recebida com prazer em nenhuma cultura. Claro, alguns veem a morte como uma transição para uma nova vida, ou um mero aspecto de uma existência sem fim. Outros podem até vê-la como um ato heroico de martírio. Mas, tirando fundamentalistas radicais, ninguém em boa saúde física e mental escolhe morrer. Portanto, de todos os valores morais que podemos imaginar, proponho que o mais universal seja a preservação da vida. 

Não me refiro apenas à vida humana. Quando percebemos o quanto nossas vidas dependem do planeta que habitamos, damos-nos conta de que precisamos agir para preservar todas as formas de vida. É óbvio que temos que garantir nossa existência, e que isso requer que consumamos alimentos. Mas esse consumo não precisa ser predatório. Pode ser planejado para que mantenha um equilíbrio saudável entre o que é produzido e o que é consumido. 

Quanto mais saudável o planeta, mais saudável a economia. Isso pode não ser óbvio a curto prazo, mas em intervalos de décadas é. Este é o século em que finalmente iremos entender que precisamos estabelecer uma relação simbiótica com a Terra. Talvez essa seja a lição mais importante que a ciência moderna tem a ensinar. 

O respeito à vida como moral universal leva a uma ecologia espiritual na qual nós, como espécie dominante do planeta, agimos como guardiões da vida. Com isso, a dimensão espiritual que nos é tão importante ganha expressão na devoção ao planeta e às suas formas de vida. 

Esse senso de conexão espiritual com a natureza é celebrado tanto na ciência quanto na religião. De Einstein a Santa Teresa de Ávila (grato a Frei Betto, por me chamar atenção para esta obra), o mundo é festejado como sacro. As palavras variam, mesmo a motivação pode variar; mas, em sua essência, a mensagem é a mesma. Acho difícil encontrar uma moral universal mais básica do que o respeito à vida e ao planeta que a abriga de forma tão generosa. Ao menos, é um começo.

Astronautas iniciam 3ª caminhada espacial para consertos

Os astronautas americanos Doug Wheelock e Tracy Caldwell Dyson iniciaram hoje a terceira caminhada espacial programada para reparar o sistema de refrigeração da Estação Espacial Internacional (ISS), danificado há duas semanas.

A missão principal dos engenheiros de voo Wheelock e Caldwell Dyson, com duração prevista de seis horas e meia, consistirá em instalar uma bomba que distribui amoníaco líquido ao sistema de refrigeração de um dos módulos da plataforma orbital.

Após vários dias de análise e depuração dos procedimentos, o controle de operações da missão da ISS se reuniu no domingo e deu a aprovação definitiva para uma terceira caminhada espacial.
Os astronautas terão também de reiniciar e ativar a metade do sistema de refrigeração da Estação, que ficou danificado há duas semanas devido à falha da bomba, informou o escritório da Nasa (agência espacial americana) em Moscou.

Astronomia no Tempo

Dia 16/08: 228.º dia do calendário gregoriano. 

História:
Em 1973 a Boeing assina contrato para a produção do tanque de combustível externo do ônibus espacial. Ela usaria as mesmas instalações utilizadas na construção do 1º estágio do Saturno V.

Em 2000, depois de 18 meses de observações pelo Satélite Astronómico de Ondas Sub-milimétricas da NASA, ou SWAS(foto), é anunciada a detecção de vapor de água no espaço interestelar.

Detectados raios gama emitidos por nova pela primeira vez

Círculo ao centro mostra a nova como vsita das Bermudas em 17 de março

estadao.com.br

Astrônomos usando Telescópio Espacial Fermi detectaram, pela primeira vez, raios gama emitidos por um tipo de estrela variável conhecido como nova, fenômeno que surpreendeu os cientistas. A descoberta derruba a ideia de que explosões nova não têm energia suficiente para produzir esse tipo de emissão.

Uma nova é um ganho súbito de brilho de uma estrela normalmente tênue. A explosão ocorre quando uma estrela anã branca, em um sistema binário, irrompe numa  explosão termonuclear.

"Em termos humanos, foi uma erupção imensamente poderosa, equivalente a cerca de 1.000 vezes a energia emitida pelo Sol a cada ano", disse a pesquisadora da Nasa Elizabeth Hays. "Mas, em comparação com outros eventos que o Fermi vê, foi bem modesta. Ficamos surpresos quando o Fermi a detectou com tanta força".

Raios gama são a forma mais energética de luz, e o Telescópio de Grande área do Fermi captou a nova por 15 dias. Cientistas acreditam que a emissão surgiu quando uma onda de choque, movendo-se a mais de um milhão de quilômetros por hora, partiu do local da explosão. Artigo descrevendo a descoberta aparece na edição desta semana da revista Science.

A detecção ocorreu na constelação de Cygnus, o Cisne. O sistema envolvido é conhecido como V407 Cyg, e fica a 9.000 anos-luz da Terra. É formado por uma anã branca e uma gigante vermelha com cerca de 500 vezes o tamanho do Sol.

"A gigante vermelha está tão inchada que sua atmosfera exterior vaza para o espaço", disse Adam Hill, da Universidade Joseph Fourier, na França. "A cada década, a gigante vermelha elimina hidrogênio suficiente para igualar a massa da Terra".

A anã branca captura parte desse gás, que se acumula em sua superfície. À medida que o gás se concentra, ao longo de décadas ou séculos, ele acaba ficando denso e quente o bastante para se fundir, produzindo hélio. A fusão libera energia suficiente para detonar todo o gás acumulado. A anã branca em si, no entanto, permanece intacta.

A explosão criou uma camada densa em expansão, chamada frente de choque, composta de partículas de alta velocidade, gás ionizado e campos magnéticos.

Os campos magnéticos aprisionam as partículas na camada e as excitam a energias tremendas. Antes de escapar, as partículas atingem velocidades próximas às da luz. Os pesquisadores dizem que os raios gama provavelmente surgem quando essas partículas colidem com o gás do vento da gigante vermelha.  Até então, cientistas não imaginavam que uma nova fosse capaz de acelerar partículas com tanta intensidade.

Astronomia no Tempo

Dia 14/08: 226.º dia do calendário gregoriano. 

História: 
Em 1846, um meteorito com 2,3 kg, do tipo condrito, colide com a superfície da Terra perto da cidade de Cape Girardeau, no Missouri, EUA. 

Em 1966 a Lunar Orbiter 1 chega a Lua. A sonda fotografou mais de 5 milhões de km² da superfície e obteve a primeira foto da Terra vista da órbita lunar.

Chuva de Meteoros Perseídeas

Astronomia no Tempo

Dia 13/08: 225.º dia do calendário gregoriano.

História: 
Em 1596 era descoberta a primeira estrela variável, Mira(foto), por David Fabricius.

Em 1814 nascia Anders Ângström, físico sueco e um dos pioneiros da espectroscopia.

Em 1930 um meteoróide explode sobre o rio Curuçá, no Amazonas. Foi o maior impacto conhecido desde Tunguska. 

Em 1998 tinha lugar a Convenção de Fundação da Sociedade de Marte, entre 13 e 16 de Agosto, na Universidade do Colorado em Boulder, Colorado, EUA. 

Chuva de meteoros Perseid na quinta-feira será espetacular, diz Nasa

A passagem da Terra por uma zona repleta de detritos deixados por um cometa oferecerá a observadores um verdadeiro espetáculo no céu nesta quinta-feira, disse a agência espacial americana, Nasa.

No hemisfério norte, o show tem seu auge entre as 22h de quinta e a madrugada do dia 13, quando a frequência de meteoros poderá alcançar dezenas por hora.

No Brasil, tomando-se como referência a cidade do Rio de Janeiro, o melhor horário para se assistir ao show no céu será entre a 0h30 e as 2h30 da madrugada do dia 13, disse à BBC Brasil a astrônoma Olivia Johnson, do Royal Observatory de Greenwich, em Londres, Inglaterra.

Johnson explicou, no entanto, que neste ano o show estará mais bonito no hemisfério norte, onde o clímax do espetáculo acontece no período em que a noite está mais escura.

A chuva de meteoros Perseid (assim chamados porque os meteoros vêm da direção da constelação de Perseus) é causada por detritos deixados pelo cometa Swift-Tuttle.

A cada 133 anos, o enorme cometa cruza o Sistema Solar e deixa para trás um rastro de poeira e detritos.Quando a Terra passa pela região, os fragmentos se chocam com a atmosfera a 140.000 mph (aproximadamente 225.000 kilômetros por hora) e se desintegram em explosões de luz.A zona de detritos deixada pelo cometa é tão larga que a Terra passa semanas dentro dela. Observadores já estão avistando Perseids ocasionais há alguns dias.Segundo a Nasa, essa "garoa" de meteoros pode virar um verdadeiro temporal entre os dias 11 e 13 de agosto, quando a Terra passa pela zona de maior concentração de detritos.O espetáculo anual de meteoros Perseid estará particularmente bonito em 2010 porque a Lua, em fase crescente, não vai estar muito visível no período de maior atividade.

O brilho lunar pode apagar uma boa chuva de meteoros, mas a equipe da Nasa diz que não será o caso dessa vez.

O melhor período para observação são as horas mais escuras da noite, quando a maioria dos observadores no hemisfério norte poderá ver dezenas de Perseids por hora.

Para ver melhor, é bom evitar as luzes da cidade, sugere a Nasa. A escuridão do campo, por exemplo, aumenta entre três e dez vezes o número de meteoros que podem ser avistados. 

Fonte: BBC Brasil

Céu da Semana - 10 a 16 de Agosto de 2010



Céu da Semana é produzido pelo Laboratório Aberto de Interatividade - LAbI da UFSCar

O Erro de Kepler

Devemos julgar afirmações sobre 
"teorias de tudo" com enorme ceticismo; 
nosso conhecimento é limitado

Em 1596, com o furor de uma mente devota, o jovem Johannes Kepler, então com apenas 25 anos, publica seu primeiro livro, "Mysterium Cosmographicum" ou "O Mistério Cosmográfico". Nele, o astrônomo principiante propõe nada menos do que a solução para a estrutura do Cosmo, o que acreditava ser o plano divino da Criação.

Tudo se deu durante uma aula que ministrava para um punhado de estudantes desinteressados. Quando explicava as conjunções dos planetas Júpiter e Saturno, Kepler se perguntou se o fato de Saturno estar aproximadamente duas vezes mais longe do Sol do que Júpiter era sintoma de uma ordem mais profunda: talvez a estrutura cósmica seguisse as regras da geometria. Fosse esse o caso, a mente humana teria acesso aos segredos mais profundos da Criação e à mente de Deus. E a língua em comum entre homem e Deus seria a matemática. 

Após várias tentativas frustradas, Kepler obteve a solução que tanto almejava. Na época, só eram conhecidos seis planetas, de Mercúrio a Saturno. Urano e Netuno, invisíveis aos olhos, só foram descobertos bem mais tarde. Kepler, numa visão genial, imaginou que o cosmo seria organizado a partir dos cinco sólidos platônicos, os cinco objetos mais simétricos que existem em três dimensões. Conhecemos bem dois deles, o cubo e a pirâmide (tetraedro). Kepler entendeu que, ao colocar um sólido dentro do outro, como aquelas bonecas russas, com esferas entre cada um deles, poderia acomodar apenas seis planetas: Sol no centro; esfera (Mercúrio); sólido; esfera (Vênus); sólido; esfera (Terra); sólido etc. Portanto, o número de planetas seria decorrente do número de sólidos perfeitos! 

Kepler foi além. Como os sólidos obedecem às regras da geometria, seu arranjo determina também as distâncias entre si e, portanto, entre as esferas que os cercam. Experimentando com padrões diferentes, Kepler encontrou um que previa as distâncias entre os planetas com uma precisão de 5% -quando comparado com os dados astronômicos da época, um feito sensacional. 

Para um homem que acreditava profundamente num Deus matemático, criador da ordem cósmica, nada mais natural do que uma solução geométrica. Kepler via seu arranjo como a expressão do sonho pitagórico de obter uma explicação geométrica para os mistérios do mundo. Para ele, essa era a teoria final. 

Podemos aprender algo com Kepler. Soubesse ele da existência de outros planetas, Urano e Netuno, como teria reagido? Certamente, seu sonho de uma ordem geométrica para o Cosmo dependia do que se sabia na época. Seu erro foi ter dado ao estado do conhecimento empírico do mundo uma finalidade que não existe. Para Johannes Kepler, era inimaginável que o Cosmo pudesse se desviar de sua estrutura geométrica. No entanto, sabemos que nosso conhecimento do mundo é limitado, e será sempre. 

Por isso, devemos julgar declarações sobre teorias de tudo ou teorias finais com enorme ceticismo. A história nos ensina que o progresso científico caminha de mãos dadas com nossa habilidade de medir a Natureza. Achar que a mente humana pode imaginar o mundo antes de medi-lo pode ocasionalmente dar certo. Mas, em geral, leva a mundos que existem apenas na imaginação.

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