Ondas nos anéis de Saturno criam embriões de novas luas para o planeta

Ondulações no anel são causadas pela passagem da lua Prometeu. Nasa

estadao.com.br

Imagens do anel F do planeta Saturno, feitas pela sonda Cassini, mostram uma versão miniaturizada de um processo que pode ter ocorrido nos primórdios do Sistema Solar, quando os planetas começavam a se formar dentro do disco que circundava o Sol nascente. Nas fotos da Cassini, parte do material do anel, desestabilizada pela gravidade da pequena lua Prometeu, aglomera-se em objetos com até 20 km de diâmetro.

"Cientistas nunca antes tinham visto objetos se formarem", disse Carl Murray, membro da equipe da Cassini, em nota. "Agora, temos evidência direta do processo e da dança entre as luas e os detritos espaciais". Murray apresentou os resultados nesta terça-feira, 20, numa reunião científica realizada em Bremen, na Alemanha. Eles estão publicados no periídico Astrophysical Journal Letters.

O anel F de Saturno só foi descoberto em 1979, pela nave Pioneer 11. As luas Pandora e Prometeu, que cercam o anel, foram descobertas pela Voyager 1.

A lua Prometeu parece ser a principal causa de perturbações no anel. Em seu eixo maior, ela tem 148 quilômetros de comprimento, e gira em torno de saturno muito mais depressa que as partículas que compõem o F. Como resultado, a lua ultrapassa os componentes do anel,l e aglomera as partículas de um mesmo segmento a cada 68 dias.

"Alguns desses objetos se desmancham na volta seguinte de Prometeu", disse Murray. "Mas alguns escapam. Cada vez que sobrevivem a um encontro, podem crescer e se tornar mais e mais estáveis".

Pesquisadores da Cassini usaram imagens em ultravioleta já haviam detectado bolhas de matéria nas proximidades do anel F. Esses objetos podem estar relacionados aos aglomerados vistos por Murray.

os objetos recém-descobertos no F parecem densos o bastante para ter o que cientistas chamam de "gravidade própria". Isso significa que podem atrair mais partículas para si mesmas e crescer em tamanho, como bolas de neve, à medida que as partículas do anel são arrastadas pelo rastro de Prometeu, disse Murray.

O que dá às "bolas de neve" do anel F uma chance especialmente boa de sobreviver é o local que ocupam no sistema de Saturno. O anel F fica num ponto de equilíbrio entre a atração de Saturno, tentando desmanchar os objetos, e a gravidade própria, que busca manter os objetos agregados.

Uma teoria propõe que o anel F tem apenas um milhão de anos, e é reabastecido a intervalos de milhões por pequenas luas que se afastam dos anéis principais. No entanto, as bolas de neve gigantes que se formam e se desmancham devem sobreviver apenas poucos meses.

A descoberta atual pode ajudar a explicar a origem de um objeto misterioso com de 5 km a 10 km de diâmetro que a Cassini avistou em 2004. Esse corpo, chamado provisoriamente de  S/2004 S 6, ocasionalmente colide com o anel F.

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