Círculos destacam três das galáxias antigas em foto do Hubble; equipamento bateu recorde em distância observada no Universo
O Telescópio Espacial Hubble bateu seu recorde anterior de distância observada e conseguiu detectar quatro galáxias a 13 bilhões de anos-luz de distância. As fotos dos objetos, apresentadas ontem no encontro anual da AAS (Sociedade Americana de Astronomia), mostram como eram as estruturas numa época em que o Universo era muito jovem, com apenas 700 milhões de anos.
Como a luz demora para chegar à Terra ao viajar grandes distâncias, os astrônomos enxergam objetos distantes como uma janela para o passado, que permite entender como era o Universo naquela época.
Segundo os cientistas que apresentaram a novidade ontem, as galáxias descobertas agora pelo Hubble eram pequenas, com apenas 1% da massa da galáxia da Terra, a Via Láctea. As estrelas que elas continham, por sua vez, não eram nada parecidas com o Sol.
"Elas eram tão azuis que deviam ser extremamente deficientes em elementos químicos pesados. Portanto, representam uma população com características primordiais", afirmou em comunicado à imprensa Rychard Bouwens, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, um dos cientistas que anunciaram a descoberta.
O achado foi feito após uma análise de imagens tiradas com a nova câmera sensível à luz infravermelha do Hubble, instalada por astronautas em maio do ano passado. Imagens da mesma região já haviam sido feitas pelo Hubble, mas em luz visível, indo a até 12,7 bilhões de anos-luz de distância.
A descoberta de galáxias relativamente bem estruturadas a 13 bilhões de anos de distância, segundo os cientistas, é também um indício de que as primeiras estrelas do Universo devem ter se acendido antes do que astrônomos estimavam, de 500 milhões a 600 milhões de anos depois do Big Bang, o fenômeno "explosivo" que deu origem ao Universo.
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