A primeira técnica direta de medição de distâncias às estrelas foi conhecida como paralaxe trigonométrica. Este método foi empregado em 1838 por Friedrich Wilhelm Bessel para demonstrar que a Terra girava em torno do Sol. Tendo em vista o movimento de translação que o nosso planeta faz em torno do Sol, um observador sobre a superfície da Terra verá uma mudança contínua e periódica nas posições aparentes das estrelas no céu. Assim, as estrelas mais próximas de nós, que chamamos de estrelas vizinhas, mudarão suas posições aparentes em relação às estrelas mais distantes. A quantidade medida deste deslocamento na posição aparente dessas estrelas é inversamente proporcional à distância à estrela.
Para observar a paralaxe de uma estrela os astrônomos utilizam o movimento da Terra em torno do Sol. Eles observam uma estrela e cuidadosamente medem sua posição contra as estrelas que estão no fundo do céu. Seis meses após isso a Terra se moveu para o lado diametralmente oposto de sua órbita. Essa distância é conhecida pois ela representa duas vezes a distância entre o Sol e a Terra. Agora os astrônomos fazem uma nova medida e verificam que a estrela está em uma posição ligeiramente diferente daquela medida seis meses antes. O valor dessa diferença dependerá somente da distância que a estrela está de nós. Quanto mais próxima a estrela estiver de nós maior será essa diferença de posição. No entanto, note que mesmo para as estrelas muito próximas a medida de paralaxe é extremamente pequena. Por esse motivo a paralaxe não e medida em graus mas sim frações de grau que têm o nome de "segundos de arco".
A paralaxe de uma estrela é a metade do valor do ângulo de deslocamento aparente da estrela. Baseados nessa definição a distância a uma estrela é dada pelo inverso da paralaxe. Se medirmos a paralaxe em segundos de arco a distância será dada em parsecs.
d (em parsecs) = 1/θ (em segundos de arco)
onde d é a distância à estrela e θ é a paralaxe medida.
Infelizmente esta técnica só podia ser aplicada às estrelas que estavam mais próximas de nós, usualmente àquelas situadas a menos de 100 parsecs. Para as estrelas situadas a distâncias maiores que esta o deslocamento angular é tão pequeno que torna-se quase impossível medi-lo.
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