O rover Curiosity da NASA, com o tamanho de um carro pequeno, começou a monitorizar a radiação espacial durante a sua viagem de 8 meses da Terra até Marte. A pesquisa vai ajudar a planear futuras missões tripuladas ao Planeta Vermelho.
O Curiosity (ou Mars Science Laboratory, MSL) foi lançado a 26 de Novembro de 2011 a partir de Cabo Canaveral, Flórida, EUA. Transporta um instrumento chamado RAD (Radiation Assessment Detector) que monitoriza as partículas atómicas e subatómicas altamente energéticas do Sol, de supernovas distantes e de outras fontes.
Impressão de artista do rover Curiosity a bordo do seu escudo de protecção durante a viagem até Marte. |
Estas partículas constituem a radiação que pode ser nociva para quaisquer micróbios ou astronautas no espaço ou em Marte. O rover irá também estudar a radiação à superfície de Marte após a sua aterragem em Agosto de 2012.
"O RAD está neste sentido a representar um astronauta dentro da uma nave a caminho de Marte," afirma Don Hassler, investigador principal do RAD no Instituto de Pesquisa do Sudoeste em Boulder, no estado americano do Colorado. "O instrumento encontra-se bem dentro da nave, tal como um astronauta estaria. Compreender os efeitos da nave no campo da radiação é importante para o desenho de naves tripuladas com destino a Marte."
Os estudos prévios desta radiação de partículas energéticas no espaço têm usado instrumentos à ou perto da superfície em várias sondas. O instrumento RAD está dentro do rover, que está dentro da nave e protegido por outros componentes, incluindo a concha que efectuará a descida pela atmosfera superior de Marte.
As estruturas da nave, embora providenciam protecção, também podem contribuir à produção de partículas secundárias geradas quando as partículas altamente energéticas atingem a nave. Nalgumas circunstâncias, as partículas secundárias podem ser mais perigosas do que as primárias.
Estas primeiras medições marcam o começo do envio de dados científicos de uma missão que irá usar 10 instrumentos a bordo do Curiosity para determinar se a cratera Gale em Marte pode ser ou se já foi favorável para a vida microbiana.
"Embora o Curiosity não vá procurar sinais de vida em Marte, o que encontrar pode mudar completamente o que sabemos acerca da origem e evolução da vida na Terra e noutros cantos do Universo," afirma Doug McCuistion, director do Programa de Exploração de Marte na sede da NASA em Washington. "Uma coisa é certa: as descobertas do rover vão providenciar dados críticos que terão impacto no planeamento da pesquisa humana e robótica durante décadas."
À meia-noite de hoje, a nave que transporta o Curiosity já tinha percorrido mais de 66 milhões de quilómetros da sua viagem de 567 milhões de quilómetros até Marte. A primeira manobra de correcção de trajectória da viagem está planeada para meados de Janeiro.
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