Cientistas anunciaram ontem ter conseguido, pela primeira vez, a colisão de feixes de prótons no acelerador gigante de partículas LHC. “Muitas pessoas esperaram muito tempo por este momento, mas sua paciência e dedicação estão começando a render dividendos”, comemorou Rolf Heuer, diretor-geral da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês, a instituição responsável pelo LHC).
Este é o maior experimento científico do mundo e consiste em colidir partículas no nível mais alto de energia já tentado, recriando as condições presentes no momento do Big Bang, que teria marcado o nascimento do universo há 13,7 bilhões de anos.
O Grande Colisor de Hádrons (LHC sigla em inglês) foi colocado em um túnel subterrâneo circular de 27 km de extensão sob a fronteira da França com a Suíça. As partículas começaram a circular em novembro de 2009. O experimento havia sido fechado em setembro de 2008 por causa de superaquecimento.
Depois de duas tentativas frustradas durante a madrugada, os cientistas tiveram êxito. De acordo com os pesquisadores, a experiência abre portas para uma nova fase da física moderna, ajudando a responder a muitas perguntas sobre a origem do universo e da matéria.
As colisões múltiplas a uma energia recorde (7 TeV, ou 7 trilhões de eletronvolts) criam “Big Bangs em miniatura”, produzindo dados que os cientistas vão passar os próximos anos analisando.
Acelerar prótons a 7 trilhões de eletronvolts significa que eles correm a 99,99% da velocidade da luz (cerca de 300 mil km por segundo), ou 11 mil voltas por segundo no megatúnel de 27 km. [Fonte: Jornal AN]
Perto da Ficção
Acelerador de partículas bate recorde.
Cientistas conseguem fazer feixes de prótons viajarem a uma velocidade próxima à da luz
Cientistas do maior colisor de partículas do mundo, o LHC, conseguiram obter choques de prótons geradores de uma energia de 7 TeV (tera ou trilhão de elétron volts), a energia máxima almejada pelo laboratório. A intenção é recriar as condições que teriam gerado o Big Bang, a explosão que deu origem ao universo conhecido, há quase 14 bilhões de anos.Em novembro, o equipamento já havia atingido a marca de 1,18 TeV – posteriormente, ainda chegando a 2,36 TeV, em 2009 –, e com isso já se tornando o acelerador de partículas de energia mais alta do mundo.– Isto é física em ação, o início de uma nova era, com colisões de 7 TeV – disse Paola Catapano, cientista e porta-voz do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, em francês), de Genebra, Suíça.Os aplausos foram intensos nas salas de controle quando os detectores do Grande Colisor de Hadrons (LHC, em inglês), instalado na fronteira entre França e Suíça, marcaram o choque de partículas subatômicas a uma velocidade próxima à da luz (300 mil km/segundo). O colisor possui um túnel oval de 27 quilômetros de comprimento e custou US$ 10 bilhões (R$ 18 bilhões).– Estamos abrindo as portas à Nova Física, a um novo período de descobertas na história da humanidade – comentou, entusiasmado, Rolf Dieter Heuer, diretor geral do Cern.Cada colisão entre as partículas cria uma explosão que permite que os cientistas vinculados ao projeto em todo o mundo rastreiem e analisem o que aconteceu num nanossegundo (bilionésima parte do segundo) depois do hipotético Big Bang original, 13,7 bilhões de anos atrás.O Cern reativou o LHC em novembro, depois de paralisá-lo nove dias depois do lançamento inicial, em setembro de 2008. O motivo da interrupção: superaquecimento em um cabo supercondutor.Os cientistas esperam que a grande experiência lance luz sobre mistérios importantes do cosmos, como a origem das estrelas e dos planetas e o que exatamente é a matéria escura.
Duas agulhas chocam-se no Atlântico
O grau de dificuldade da experiência é extremo. Steve Myers, diretor de aceleradores e tecnologia do Cern, faz uma boa comparação:– Alinhar os feixes de prótons seria o mesmo que disparar duas agulhas, uma de cada lado do Oceano Atlântico, e esperar que elas colidam de frente, no meio do caminho.Os físicos estão se concentrando na identificação do bóson de Higgs – a partícula que recebeu o nome do professor escocês Peter Higgs, que, três décadas atrás, sugeriu que algo como ela torna possível a conversão da energia liberada e da matéria gasosa expelida no Big Bang em massa.Tentativas anteriores de encontrar a partícula fracassaram. Segundo os físicos, a presença dela no cosmos permitiu que os escombros gasosos após o Big Bang se transformassem em galáxias, com estrelas e planetas.Os cientistas esperam encontrar evidência concreta da matéria escura, que acredita-se ser responsável por cerca de 25% do universo. Apenas 5% do universo representa material visível, que reflete a luz.Muitos cosmologistas dizem que portais podem ser abertos, já que podem existir outros universos paralelos e de dimensões além das cinco até agora conhecidas. [Fonte: Jornal DC]